Bebiana Rocha
A Smartex organizou ontem, nos seus escritórios do Porto, mais um encontro Smart Collab, que reuniu inovadores têxteis, empresas, investidores e outros parceiros para discutir temas da atualidade e fomentar o networking. A tarde foi dividida em quatro painéis, que combinaram apresentações em formato pitch com mesas redondas.
O contributo inicial coube a António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, com uma apresentação intitulada “State & trends of Portuguese textile industry”. Seguiu-se Mário Jorge Machado, na qualidade de presidente da ATP e da EURATEX, que abordou o tema da legislação na área têxtil, destacando o que está previsto e como o setor se pode preparar. Já Christian Schindler, da ITMF, apresentou as tendências globais de produção na indústria têxtil.
Numa segunda ronda de convidados, o foco esteve nos standards de qualidade, incluindo a qualidade digital. Participaram Joana Cunha da Impetus, Gerd Willschütz da DMIx e Eelco Kulkens da PVH. A conversa foi moderada por Max Easton, da Smartex.ai.
Após uma pausa para networking, as discussões prosseguiram com foco nas barreiras à inovação têxtil. Estiveram sentados à mesa Mark Green, Mikael Winholtz e Pedro Santos. O momento foi moderado por António Rocha, da Smartex. O dia terminou com apresentações de cinco minutos a cargo da Colorifix, DMIX, Solvei8 e Resortecs.
Com este encontro, a Smartex pretendeu mostrar o caminho para o futuro, assente na colaboração entre marcas, indústria e parceiros tecnológicos. Ao T Jornal, Gilberto Loureiro, um dos fundadores da Smartex, afirmou que “a indústria tem de se transformar” e que estará cá “para liderar”.
A equipa da Smartex está a trabalhar para que a digitalização vá além dos teares. Os mais recentes desenvolvimentos têm permitido explorar soluções que não se limitam à inspeção, mas que também recolhem dados — dados esses de diversas naturezas: consumos, downtime, energia, água, gás, entre outros. O objetivo é gerar informação útil e confiável para decisões futuras.
Gilberto Loureiro falou ainda ao T Jornal da etiqueta Loop, que permitirá à indústria ser mais transparente e oferecer maior qualidade. A Impetus é uma das primeiras parceiras a implementar esta etiqueta. Tal como anunciado no iTechStyle Summit, a Smartex está também a desenvolver um novo sistema de inspeção para malha acabada, com lançamento previsto ainda este ano na ITMA. A Brito e Miranda é a primeira empresa a testar o novo sistema.
Além das talks, o Smart Collab contou com uma sala dedicada a demonstradores. Ao T Jornal foi confirmado que a Smartex está a trabalhar no seu próprio Passaporte Digital de Produto, com o objetivo de criar uma ferramenta indiscutível, capaz de agregar informação desde a malha em cru até ao produto acabado. “Os complementos entre sistema e o controlo da malha acabada criam um ecossistema que, mesmo que tentem copiar, será sempre uma fração”, afirmou Eduardo, da equipa de customer success, quando questionado sobre a concorrência.
Para além deste evento anual, a Smartex aposta também em sessões de mentoria internas, como forma de aprofundar o conhecimento sobre o universo têxtil junto dos seus colaboradores — uma ação estratégica para manter o foco e a identidade da equipa, mesmo num contexto de crescimento orgânico.