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O mercado global do cânhamo, uma subespécie da canábis cada vez mais usada como matéria-prima têxtil, movimenta globalmente cerca de 5 mil milhões de dólares por ano mas pode, em 2024, chegar aos 55 mil milhões.
Compreendendo mais de 25 mil utilizações industriais, o número de produtores tem aumentado e – apesar das regras de segurança muito apertadas – a expansão daquela matéria-prima, numa altura em que outras alternativas estão a passar por uma fase de forte inflação dos preços, parece ser uma aposta com racionalidade de negócio.
Graça Castanho, professora universitária e empresária, decidiu organizar o CannaPortugal ’22, primeira mostra portuguesa das potencialidades desta planta, onde especialistas de mais de dez nacionalidades vão encontrar-se em conferências e workshops para explicarem as suas potencialidades.
Citada pelo jornal ‘Eco’, Graça Castanho afirma que o sector da canábis tem capacidade para dar resposta à recessão económica que os países atravessam, nomeadamente no que tem a ver com a sua utilização como matéria-prima. Sendo uma planta com forte resistência e de fácil adaptação a solos e climas, o cânhamo pode facilmente tornar-se num produto de proximidade.
A professora universitária lamenta que o país esteja em “contraciclo com a tendência mundial” e aponta que são muitas as restrições à plantação de cânhamo industrial. “Portugal devia estar a produzir em grande escala cânhamo, a criar novas indústrias neste sector”, explica.