13 fevereiro 25
Moda

Bebiana Rocha

MDM Têxtil brinca com aquilo que pode ser o denim no futuro

A designer Susana Bettencourt esteve a representar a MDM Têxtil num evento exclusivo organizado pela The Woolmark Company, na passada terça-feira na La Caserne, em Paris, para mostrar os parceiros portugueses da empresa.

“Somos uma fábrica de malhas exteriores, que trabalha em máquinas retas, que está a fazer desenvolvimentos com a Woolmark”, enquadra ao T Jornal, acrescentando que o convite para participarem partiu da representante em Portugal, Dolores Gouveia.

Como base para as peças apresentadas no showroom foi usado o fio Wool Denim, criado pela Tearfil, que é parte lã merino, outra parte denim reciclado, uma combinação inovadora. “A lã tem de ser de fibra longa e de alta qualidade para unificar este fio”, reforça Susana Bettencourt, exaltando a qualidade do fornecedor e da Tearfil enquanto parceira.

“Fizemos vários testes com este Wool Denim trabalhado pela Tearfil, sempre com base em moodboards enviados pela Dolores Gouveia – a representante Woolmark Portugal – com os quais criamos coleções de malhas que brincam com os pressupostos do denim”, continua, dando como exemplos uma risca diplomática em ajour e uma camisola em jacquard que por ilusão de ótica parece um casaco de ganga.

“Quisemos brincar com aquilo que o denim pode ser no futuro”, diz a criativa em entrevista, enquadrando que as lavagens da ganga são muito poluentes, devendo o futuro passar por inventar um estampado que permita imitar o denim, incluindo a sua textura. Foi isso mesmo que fez – “conseguimos inventar um tricot com as sombras do denim, um estampado que imita o denim…”, conta.

Este projeto foi interessante para a MDM Têxtil e para a própria Susana Bettencourt pela parte exploratória que permitiu: “lavamos de maneiras diferentes o fio, usamos também máquinas e tensões diferentes para ver como ele se comportava”, partilha o processo.

“O evento foi num fundo uma montra, que nos permitiu ter num charriot coisas que desenvolvemos, por exemplo levamos duas peças que foram a materialização das nossas experiências com inteligência artificial, uma capa da marca Paula toda bordada à mão em Portugal”, prossegue, descrevendo o dia como interessante para estar em contacto com agentes, franceses e outros, assim com marcas e trocar contactos entre fábricas portuguesas.

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