Maria Monteiro
Lembrada como uma “líder” no mundo da moda e uma “visionária”, Mary Quant, a designer britânica recentemente desaparecida, tornou a moda amiga das mulheres. Conhecida por tornar popular o uso de minissaia, na década de 1960, soube ‘navegar’ a recuperação económica do pós-guerra e induzir um novo ‘look’, mais moderno e arrojado, condizente com o período de libertação que se vivia então. Sobre a sua ‘invenção’, chegou a dizer: “Foram as miúdas da King’s Road que inventaram a mini. Eu fazia roupas fáceis, jovens e simples, nas quais nos podíamos mover, correr e pular. Fazíamos as roupas com o comprimento que a cliente quisesse. Eu já a usava muito curta, e as clientes diziam: “Mais curto, mais curto”.
Nascida no sudeste de Londres a 11 de fevereiro de 1930, Mary Quant era filha de dois professores. De acordo com a BBC, admitiu que o interesse pelas roupas surgiu logo nos primeiros anos de vida, tendo imaginado a sua primeira coleção quando tinha apenas seis anos. “Não gostava das roupas que tinha. Queria mangas com a parte de cima mais bufante e queria outras coisas, por isso tentava cortar colchas e fazê-lo. A partir daí, não parei mais”.
Os familiares lembram a estilista como uma “das mais reconhecidas internacionalmente durante o século XX e uma notável inovadora”. A antiga editora da Vogue Alexandra Shulman descreveu Mary Quant como “uma líder da moda, mas também do empreendedorismo feminino”, enfim, “uma visionária que era muito mais do que um ótimo corte de cabelo”.