17 outubro 24
Empresas

Bebiana Rocha

Mário Jorge Machado: “Precisamos de fazer diferente para sair do crescimento anémico”

O Presidente da ATP, Mário Jorge Machado, marcou presença ontem (16) no Risk Leadership Conference, um evento organizado pela AON em Vila Nova de Gaia, onde abordou os desafios do sector. “Ainda somos líderes no contexto Europeu e, de facto, neste sector em particular há um reconhecimento da excelência do que se faz na Europa e em Portugal, mas temos de fazer alterações políticas nas leis que nos regem, caso contrário perdemos liderança”, disse convicto.

O discurso do também presidente da Euratex tocou seguidamente no relatório Draghi, com o qual concorda: “Estamos a caminhar para uma Europa que conta cada vez menos no Mundo. Quer na Europa quer em Portugal precisamos de fazer diferente, caso contrário continuaremos neste crescimento anémico”, proferiu.

Questionado sobre o que a ITV portuguesa está a fazer de diferente em termos tecnológicos, Mário Jorge Machado exaltou o Passaporte Digital de Produto. “O DPP combinado com a informação da Pegada Ambiental do Produto vai fazer com que haja uma maior informação, uma maior transparência e vai aumentar a consciencialização do consumidor”, associou. Relembrando que há ainda um longo caminho a ser feito ao nível da circularidade.

João Rui Ferreira, Secretário de Estado da Economia, também marcou presença no encontro. A intervenção foi ao encontro da circularidade e inovação. “A visão de crescimento do país tem de assentar em valor acrescentado. Temos de nos conseguir distinguir por aí, criando novas oportunidades de negócio na circularidade e sustentabilidade”, dissertou.

Numa conversa moderada por Carlos Freire, CEO da AON, João Rui Ferreira referiu que “o que está por trás da passagem do made in ao created in é aumentar o valor acrescentado pela via da inovação e tecnologia, isso consegue-se com aposta no conhecimento e competência”. Na sua visão valor constrói-se à volta de várias coisas, sendo duas delas a qualidade e o storytelling. A produtiva na sua visão não está relacionada com o número de horas trabalhadas, mas sim com a criação de valor.

O discurso do representante político centrou-se ainda no impacto das políticas económicas nas empresas, no novo regime de atração de talentos, retenção dos mesmos, o papel da formação, a importância das equipas e em que medida o programa Acelerar a Economia está alinhado com pontos do relatório Draghi.

Houve ainda espaço para debater as vantagens e limites da inteligência artificial e os ganhos que as empresas retiram de aumentarem de dimensão. “Há consenso a nível nacional sobre a importância de aumentar a escala e das vantagens associadas”, disse, referindo-se a processos de fusão, aquisição, joint ventures com empresas internacionais, entre outos modelos.

Partilhar