Bebiana Rocha
A ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal integrou na passada semana o evento Campus Inov Contacto, promovido pela Academia AICEP. Mário Jorge Machado, na qualidade de Presidente, integrou a mesa redonda das associações empresariais, onde fez um breve enquadramento do sector e do o papel da associação que dirige.
O discurso centrou-se na exaltação da qualidade do made in Portugal, no reconhecimento internacional que as empresas têm conquistado, na quota de mercado que têm ganho e no futuro que têm pela frente.
“Hoje as grandes marcas referirem que o seu produto é feito em Portugal é um valor acrescentado. Essa imagem tem a ver com o trabalho feito pelas empresas e pela Associação, com o apoio do AICEP na divulgação e promoção de tudo o que é feito”, introduziu.
Os lugares premium nas feiras, os prémios que as empresas conquistam em concursos têm ajudado também a construir uma imagem de um sector que produz de forma sustentável e inovadora. “Há muito trabalho que está a ser feito por cerca de 6 mil empresas, que têm um potencial enorme de crescimento no futuro”, continuou.
Sem omitir que os dois últimos anos foram difíceis: “estes últimos dois anos não foram fáceis para o sector, mas foram ainda piores para quem vende na Europa. O sector perdeu cerca de 6% do volume de negócios, mas quem está a vender na Europa perdeu 17%”, apresentou à audiência.
“Quando comparamos com a concorrência podemos dizer: o sector têxtil ganha quota no mercado Europeu, é verdade, estamos a ganhar quota num mercado que está a diminuir. Não perdemos clientes, pelo contrário estamos a ganhá-los, mas os nossos clientes por motivos vários estão a comprar menos”, contextualizou.
Numa mensagem otimista, Mário Jorge Machado, continuou que a conjuntura vai mudar: “a guerra vai acabar, as taxas de juro já estão a diminuir, as questões energéticas estão a ser resolvidas, há aqui um novo mundo pela frente, muito ligado à inovação e sustentabilidade”.
Na sua intervenção referiu também: as diretivas da União Europeia e da importância de sermos capazes de termos as nossas próprias marcas. “Precisamos de ser capazes de criar marcas, temos a vantagem da autenticidade – somos produtores, produtores sustentáveis e inovadores. Precisamos para isso de reunir mais competências, contactos, continuar a contar com o apoio do AICEP na promoção do país, para que as marcas cheguem a novos mercados e para que as empresas possam crescer mesmo junto dos clientes habituais que têm muito para evoluir.
Numa mensagem final, Mário Jorge Machado dirigiu-se aos presentes e apelou a que “sejam proativos na procura dos problemas, na procura das oportunidades e que não estejam à espera que sejam trazidas coisas para resolver”. A ATP esteve no evento enquanto representante de um sector onde trabalham cerca de 130 mil pessoas e que tem um volume de exportações perto de 6 mil milhões de euros, um sector diverso que serve a área da saúde, aeronáutica, automóvel, casa, vestuário e outras.