Bebiana Rocha
O jornal regional Opinião Pública destacou na sua última edição uma entrevista com o presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. Mário Jorge Machado tocou nos principais desafios da indústria, mostrando-se com expectativas “cautelosamente otimistas quanto à recuperação gradual do têxtil”.
A afirmação vem no seguimento da descida das taxas de inflação e de juro, que tem contribuído para melhorar a confiança dos consumidores. “Importa referir que a retração vivida na indústria portuguesa ficou muito abaixo da retração do consumo nos mercados de destino, permitindo às nossas empresas ganhar quota de mercado”, contrapôs, quando questionado sobre a quebra das exportações do sector em novembro passado.
A quebra de cerca de 4% deriva, entre outros fatores, desta retração do consumo global, mas também da concorrência desleal que os produtos europeus enfrentam. “Esperamos que os consumidores cada vez mais informados e conscientes valorizem os produtos responsáveis e sustentáveis, beneficiando a economia europeia e nacional”, comentou, apontando a circularidade como a principal oportunidade para criar diferencial competitivo.
Durante a entrevista, falou-se também sobre o Orçamento de Estado não responder de forma abrangente às necessidades estruturais do sector. “As empresas continuam a enfrentar uma carga fiscal significativa, elevadas barreiras administrativas e burocráticas, custos energéticos elevados, políticas públicas que não fomentam a produtividade empresarial”, denunciou. Sublinhando o papel da Associação em continuar a fazer forcing junto do poder político para promover políticas públicas que propiciem a inovação, o crescimento da economia nacional.