Bebiana Rocha
De 12 a 15 de junho, as Marias Paperdolls vão marcar presença no Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka, integradas na participação da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. As peças fazem parte da ação TEXTILE LIVE – Draping with Sustainable Materials, com curadoria de Paulo Gomes, sob o tema “Oceano, Diálogo Azul”.
As Marias Paperdolls nasceram em 2011 pelas mãos e criatividade de Cláudia Oliveira com um propósito claro – unir arte, consciência social e sustentabilidade. Feitas à mão com papel reciclado, cada boneca é uma peça única, resultado de um processo criativo minucioso e altamente simbólico. “Mais do que objetos artísticos, as Marias são espelhos de imaginários, contadoras silenciosas de histórias”, afirma a criadora do projeto ao T Jornal.
A participação na Expo OSAKA foi impulsionada pelo convite da ATP, com curadoria de Paulo Gomes, e constituiu uma oportunidade para aprofundar a missão sustentável do projeto. “Todo o processo foi orientado por um compromisso profundo com a sustentabilidade, assumida não apenas como conceito, mas como prática essencial”, sublinha a artista. A utilização de materiais reciclados e a valorização de técnicas de baixo impacto fundem-se com a reinvenção de saberes artesanais, num equilíbrio entre inovação e tradição.
O público japonês, conhecido pela valorização do detalhe, da harmonia e do conceito de mottainai – que apela à rejeição do desperdício – já teve contacto anterior com as Marias Paperdolls, em edições da feira Interior Lifestyle Tokyo (2017, 2018 e 2019) e numa apresentação especial no prestigiado Bunka Fashion Incubation. A criadora acredita que a sensibilidade estética e ética do Japão será um terreno fértil para a mensagem das suas bonecas: “Espero que o público sinta, em cada boneca, não apenas uma peça artística, mas também uma história, uma inquietação e uma proposta de mudança”.
Para além da expressão artística, a participação na Expo 2025 Osaka representa uma porta aberta para novos horizontes e diálogos interculturais. “É uma ponte, não apenas geográfica, mas simbólica, entre o universo das Marias Paperdolls e novos olhares, num diálogo que vai para além das palavras”, conclui.
Com esta presença, a ATP reforça o papel da criatividade portuguesa como agente de transformação e promotora de valores essenciais para o futuro da indústria – sustentabilidade, identidade e inovação.