Bebiana Rocha
A LVMH divulgou resultados negativos no primeiro semestre de 2025, refletindo dificuldades persistentes no setor do luxo. As vendas do grupo caíram 4,5% para 39,8 mil milhões de euros, com um declínio mais acentuado de 7,1% no segundo trimestre, avança a GlobalData.
A receita orgânica diminuiu 3% e o lucro líquido sofreu uma queda significativa de 21,6%, pressionado por fatores macroeconómicos e geopolíticos, incluindo tensões comerciais entre os EUA e a China.
O desempenho no Japão foi particularmente fraco, com a receita orgânica a recuar 28% no segundo trimestre e 15% no primeiro semestre, após um crescimento excecional no ano anterior impulsionado pelo turismo.
A Ásia no seu conjunto também apresentou uma descida de 9%, devido às tensões comerciais e restrições impostas pelo governo chinês a consumidores exibicionistas nas redes sociais.
Os EUA registaram uma ligeira queda de 1%, enquanto a Europa apresentou crescimento de 1%, beneficiando da estabilização da inflação.
A divisão de Moda & Marroquinaria foi a que registou maior declínio, com uma queda de 8,0%, impactada pela mudança dos consumidores mais jovens para marcas concorrentes, como Prada e Miu Miu. A recente nomeação de novos diretores criativos para Dior e Loewe poderá contribuir para a recuperação desta área.
Apesar do cenário difícil, a LVMH mantém uma perspetiva positiva para o resto do ano, apostando no reforço da atratividade das suas marcas e na qualidade dos seus produtos para reativar o interesse dos consumidores.