Bebiana Rocha
A Lunefe estreou-se em Londres com um showroom pop-up, entre os dias 23 e 26 de setembro, numa experiência que Manuel Mendes, CEO da empresa, considera “muito positiva”. A iniciativa reuniu várias marcas convidadas para conhecerem de perto a coleção mais recente, num formato mais exclusivo e personalizado do que as feiras tradicionais.
“O sumo que as feiras têm trazido é cada vez menor. Tentamos ser assertivos com a ideia do showroom e escolher uma cidade em que queremos crescer”, explica o empresário. Para Manuel Mendes, a mudança no setor é clara: “O mercado têxtil mudou muito, as feiras estão com menos procura e as pessoas mais jovens não querem estar num pavilhão. A concorrência asiática e turca é também cada vez mais forte.”
O showroom permitiu criar um ambiente mais controlado, com um atendimento próximo e estruturado, valorizando o tempo dos clientes e a qualidade da apresentação. Para este desafio, a equipa de design da Lunefe desenvolveu uma coleção cápsula própria, ajustada ao perfil urbano de Londres. A proposta centrou-se em hoodies e t-shirts com estamparia digital, diversas lavagens, fitting diferenciados e malhas mais pesadas.
“É uma forma também de puxar pela capacidade criativa dos nossos designers e testar novos voos”, sublinha o empresário. A aposta já deu frutos: em apenas três dias, a Lunefe fechou uma encomenda com um novo cliente ao propor um hoodie em malha de 700 gramas, além de ter agendado visitas às suas instalações em Guimarães.
Com o balanço positivo desta estreia, a empresa planeia manter a dinâmica no próximo ano, alargando o circuito a pelo menos dez cidades. Copenhaga é já presença confirmada, estando também em análise mercados como Manchester e Estocolmo. “Primeiro temos de fazer um estudo de mercado, perceber quais são as cidades mais propícias ao nosso tipo de produto. Também não queremos diversificar demasiado os clientes para não perder o foco”, aponta.
A iniciativa, defende, é também um sinal de transformação para a indústria. “Se as marcas fazem pop-up stores, por que não fazermos também?”, questiona, ambicionando que seja a Lunefe a ditar tendências e não apenas a responder às exigências das marcas.
Questionado sobre o mercado norte-americano, Manuel Mendes admite que o impacto das tarifas reduziu a atividade da empresa nessa região. “Houve negócios que ficaram em banho-maria desde que as tarifas foram implementadas. Agora é preciso voltar a conversar presencialmente, porque a proximidade é mais importante do que nunca.” Contudo, mostra-se satisfeito com os resultados alcançados no primeiro semestre.