27 fevereiro 25
Empresas

Bebiana Rocha

Lineartex pede ao Governo para “deixarem margem às empresas”

A Lineartex esteve quarta e quinta-feira a expor na MOD’Unica as suas soluções para a área automóvel, calçado, têxteis-lar e vestuário técnico para desporto. A empresa focada maioritariamente na exportação, pede ao Governo que deixe as empresas com margem para conseguirem crescer e serem competitivas no mercado internacional. Essa margem é conseguida com, por exemplo, uma redução da carga de impostos e uma revisão das taxas alfandegárias.

“A carga de impostos em Portugal é muito grande”, diz Diogo Alves ao T Jornal, partilhando o exemplo dos custos da empresa com a importação de matéria-prima: “quando importamos matéria-prima de origem extracomunitária temos de pagar taxas alfandegárias sobre a mercadoria e, imagine-se, sobre o transporte. Negociamos arduamente cêntimos com clientes e fornecedores, sim, porque os cêntimos são importantes para o negócio, e perdemos toda essa negociação na forma como as taxas são cobradas sobre a matéria-prima à chegada a Portugal. Taxas alfandegárias sobre transportes e câmbios aplicados de forma desvantajosa para as empresas são fatores de retrocesso competitivo. É preciso limar estas questões para uma maior eficiência fiscal”, alerta.

O também CEO da Dehora, empresa mãe da Lineartex, pede que o governo e a Europa tomem medidas para que realmente se avance com a reindustrialização do velho continente. Um dos sectores que Diogo Alves usa como exemplo é a defesa, considera que o Estado deve comprar dentro de portas para manter a sua autonomia. Sugere que sejam tomadas medidas de incentivo à produção, mas sobretudo que deixem as empresas trabalharem com margem. “Onde estão os 15% de IRC que prometeram?” questiona.

A empresa estava à espera de um 2025 de crescimento forte, no entanto, com o arrefecimento da procura na Europa e a retoma lenta do pós COVID fazem com que a administração decida com calma os passos seguintes, que são de momento o foco na procura de novos mercados e uma gestão eficiente de processos e custos – “os custos acessórios são para limar”, conclui, sublinhando que é fundamental que o sector se una, que mostre o seu poder e peso para as exportações, para que seja mais ouvido, um trabalho que pode e deve ser feito com o apoio das Associações.

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