30 maio 25
Sustentabilidade

Bebiana Rocha

Lameirinho aposta em inovação com pastas de estamparia de base biológica

A Lameirinho está a investir na valorização de resíduos através do desenvolvimento de pastas de estamparia de base biológica. O projeto, apresentado por Jorge Leitão, está a ser desenvolvido no âmbito do Be@t e prevê a utilização de podas de videiras e cinzas de caldeira de biomassa.

“Os resíduos de poda de videira foram recolhidos localmente, e as cinzas do ciclone”, refere Jorge Leitão, sublinhando o empenho da empresa na redução das emissões de CO₂.

A apresentação detalhou as várias etapas do processo: seleção dos resíduos, adequação, formulação das pastas, estampagem em ambiente industrial e avaliação dos resultados.

Tudo começa com a secagem das podas de videira, que são posteriormente processadas num moinho até atingirem um granulado fino. O mesmo se aplica às cinzas, embora recorrendo a um moinho distinto. “45 microns era o mínimo para o furo do quadro de estampagem”, especifica Jorge Leitão.

Após a trituração e uniformização dos resíduos, passa-se à formulação da pasta, que inclui água, amaciador, fixador, agente dispersante, bio polímeros e 5% de pó de poda de videira — num processo muito semelhante ao convencional, mas com a opção por componentes de base biológica.

Seguiu-se a estampagem rotativa, a polimerização e os testes de solidez à cor. Atualmente, o projeto avança para a análise do ciclo de vida (LCA) e para o pedido de patente. “Os resultados de solidez à luz artificial estão normais nas podas de videira; sendo as cinzas um mineral, a solidez à luz é superior”, destaca o responsável.

Em conclusão, a Lameirinho conseguiu desenvolver pastas de estampar de origem biológica, compostas por bio polímeros e resíduos. Os bio polímeros assumem o papel de ligante e espessante.

Entre os próximos passos estão a determinação dos custos de transformação dos resíduos e a produção da pasta à escala industrial — para o que será importante encontrar um parceiro para a moagem. Está também em vista a exploração de novos resíduos com propriedades cromáticas, assim como a certificação Oeko-Tex dos novos produtos.

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