Bebiana Rocha
O grupo Kering arrancou o ano com resultados muito aquém das expectativas do mercado. No primeiro trimestre, as receitas totalizaram 3,9 mil milhões de euros, uma descida de 14% face ao mesmo período de 2024, penalizadas sobretudo pelo desempenho da Gucci, cuja faturação encolheu 25%.
A reação dos investidores, esta quinta‑feira, foi imediata: as ações do grupo francês caíram 5,42%. “A Kering teve um início de ano difícil. Estamos totalmente focados na execução dos nossos planos de ação para atingirmos os objetivos estratégicos e financeiros e reforçar o posicionamento das maisons nos mercados”, declarou François‑Henri Pinault, diretor‑executivo do grupo, em comunicado.
Como referido, a Gucci foi responsável pela queda nas vendas do conglomerado; a marca de luxo está a atravessar um período de transição criativa, como se comprova pela nomeação recente de Demna para diretor criativo.
No entanto, outras marcas do portefólio apresentaram desempenhos mais resilientes; as agências internacionais citam a Bottega Veneta, com um crescimento de 4%, como sendo uma delas.
Apesar dos esforços delineados, as perspetivas para o segundo trimestre também não são animadoras. Analistas antecipam nova queda nas vendas, como reflexo da incerteza global sobre o mercado do luxo, do abrandamento da confiança dos consumidores e da crescente volatilidade da macroeconomia.