Bebiana Rocha
O Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, aproximou-se ontem mais uma vez do sector têxtil e vestuário para deixar uma mensagem de confiança e coragem aos empresários. “Vivemos um momento conjuntural difícil em que as exportações estão a ser afetadas, há um problema no mercado” reconheceu.
No âmbito do 26º Fórum da Indústria têxtil o representante do Governo assumiu, logo de seguida, que o sector está bem preparado para o crescimento. “As empresas têm visão estratégica, têm infraestruturas”, disse, dando como exemplo a capacidade de diversificação de mercados já demonstrada, a exploração de novos materiais e mais sustentáveis e a aposta tecnológica.
Recordou a sua visita ao Modtissimo, onde pode ver de perto os avanços no Passaporte Digital de Produto, falou das visitas que tem feito às empresas e mostrou-se rendido à capacidade da fileira de combinar o “histórico com o futuro”.
Por isso, colocou-se lado a lado com os presentes, prometendo apoios sobretudo às PMEs: “deixo o meu compromisso interessado”, disse, esperando que as associações sirvam como interlocutores entre as partes.
No discurso, João Rui Ferreira tocou mais uma vez na importância de se caminhar para introduzir mais design, mais marcas próprias, mais proximidade ao cliente final e apontou as associações como fundamentais para passar uma imagem coesa do sector.
“Estamos a adaptar-nos, passamos a ter ciclos de investimento contínuos, estamos a trabalhar na simplificação e rapidez nos pagamentos, é um compromisso que assumimos”, assegurou, indo de encontro aos pedidos anteriormente feitos pelo Presidente da ATP.
Ainda em resposta a Mário Jorge Machado, solidarizou-se com o desafio que enfrentam com a questão da gestão de resíduos. “Percebi a complexidade de iniciar essa cadeia de valor, temos de nos posicionar rapidamente para liderar”. Fez igualmente questão de concordar diretamente com Mário Jorge Machado nas compras públicas, mostrando-se confiante que haverá um reforço da preferência nacional e europeia: “integrar o que se produz na UE na área militar é evidente”, e quanto ao protecionismo dos EUA terá um preço a pagar.
Em notas conclusivas, o Secretário de Estado da Economia incentivou a realização de mais sessões como a de ontem: “é importante realinharmos estratégias, apelarmos a parcerias. Hoje vão ter oradores interessantes e amanhã quem sabe começam a fazer diferente. Os portugueses têm muito orgulho no sector, veremos certamente uma inversão desta tendência das exportações”, disse em tom positivo.