Bebiana Rocha
Os custos de produção na indústria têxtil continuam a variar significativamente entre regiões, segundo dados apresentados por Christian Schindler, diretor-geral da ITMF (International Textile Manufacturers Federation), no evento Smart Collab, promovido pela Smartex.
Com base na comparação internacional realizada pela ITMF, em 2023, os países asiáticos como Índia, Bangladesh e Vietname destacam-se por praticarem os custos de produção mais baixos, sobretudo devido à mão de obra mais acessível e a uma estrutura de custos operacionais mais leve. Na Índia, por exemplo, o custo por metro linear de tecido é um dos mais reduzidos a nível global.
Por contraste, os países da Europa Ocidental enfrentam custos significativamente mais elevados, refletindo salários superiores e custos energéticos mais pesados. Ainda assim, muitas empresas nestas geografias apostam na automatização, especialização e sustentabilidade para manter competitividade nos segmentos de maior valor acrescentado.
A apresentação incluiu também uma análise do mercado têxtil global e regional, com destaque para as estatísticas de compra de máquinas de tricotar circulares, consideradas um indicador relevante do investimento em capacidade de produção.
Em 2024, foram vendidas 33 mil unidades deste tipo de máquinas, o que representa uma quebra de 15% face a 2023. A Ásia e a Oceania dominam amplamente a participação mundial, com a China a liderar com 33% do total das compras, assumindo-se como o principal motor da região.
Os dez maiores investidores em máquinas de tricotar circulares foram, por ordem de volume, a China (10,8 mil unidades), Índia (3,9 mil), Vietname (2,6 mil), Egito (1,9 mil), Bangladesh (1,7 mil), Turquia, Indonésia, Paquistão, Brasil e Uzbequistão.
Estes dados foram divulgados no âmbito das estatísticas anuais da ITMF, entidade que representa globalmente associações e empresas da fileira têxtil e que monitoriza os principais indicadores industriais do setor.