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O congresso da ITMF – International Textile Manufacturers Federation, que decorreu em Davos nos dois últimos dias, mostrou forte preocupação pela criação de novas barreiras alfandegárias decorrentes da pandemia e da guerra na Ucrânia. Mas também face à guerra tarifária entre EUA e China, como explica o Presidente da ATP, Mário Jorge Machado, que participou na reunião.
Com o sector têxtil a passar por um período de verdadeira alteração do paradigma, a ITMF “assume um grande desconforto face às condições geo-estratégicas e geo-económicas que estão a resultar da adição destes três fatores”, disse ao T Jornal Mário Jorge Machado, presidente da ATP, que esteve em Davos a acompanhar os trabalhos da federação.
Num quadro de debate sobre “os novos preços das energias na Europa e de questões de sustentabilidade e circularidade levantadas pelas opções da União Europeia nestas matérias, e que vão ser lei”, a ITMF tornou claro que o sector está perante um desafio de competitividade que importa ultrapassar com sucesso.
Neste particular, foi dada especial atenção ao facto de as novas leis dos 27 “colocarem dúvidas fora da Europa relativamente a algumas questões de sustentabilidade que são difíceis de cumprir por parte de operadores externos, e que podem impedir os seus artigos de entrarem no espaço da União”, explicou Mário Jorge Machado.
“Estes operadores externos acham que é o têxtil europeu a defender-se da concorrência, mas é ao contrário: as regras são para todos” e, precisamente para a defesa da concorrência, quem quiser negociar no interior do bloco dos 27 terá que cumprir as regras de sustentabilidade a que vão estar sujeitos os industriais europeus. Ou, como resumiu Mário Jorge Machado, “é preciso que, na Europa, o negócio têxtil seja free, mas também fair”.