Bebiana Rocha
Foto: Jornal de Negócios
A CEO da TMG Automotive esteve como oradora na conferência Portugal Inspirador, organizada pelo Jornal de Negócios na semana passada, onde falou sobre a história da empresa, o seu percurso profissional, os desafios atuais e futuros da indústria.
“A indústria não é uma fotografia é um filme! As atitudes que eu tomo hoje podem não ter um retorno tão rápido quanto queria. Podem criar notoriedade, mas só vou lucrar dentro de dois, três anos mais tarde, ou até nunca”, disse Isabel Furtado, no seguimento dos investimentos que tem feito na área da sustentabilidade.
A empresária famalicense salientou mais uma vez que a gestão empresarial deve ser orientada sempre à próxima geração e com visão de futuro. “Já trabalhamos sustentabilidade desde os anos 2000. É um caminho que tem de ser muito bem pensado, em que o envolvimento da direção de topo é fundamental”, continuou.
Tocou ainda na questão do valor acrescentado: “onde eu me situo na cadeia de valor através do conhecimento e da diferenciação é que me torna maior ou menor no valor acrescentado. Partimos da mesma matéria-prima, mas temos de incorporar valor através do produto final”.
O valor acrescentado é conseguido, nas suas palavras, através do conhecimento. Aqui Isabel Furtado falou da parceria da empresa com Universidades, Politécnicos e Centros Tecnológicos, como a Universidade do Minho e o PIEP. “Neste momento temos 32 pessoas a trabalhar em inovação”, quantificou, alertando para a necessidade de conciliar a investigação com a velocidade de desenvolvimento exigida pelo mercado.
Houve ainda espaço na conversa para falar sobre o flagelo da mão de obra, que fez questão de vincar que não é “não qualificada”. “Dedicamos um ano a formar uma pessoa, meia ano a formar, não é o mesmo que oito dias”, disse, mostrando-se ainda preocupada com a questão da emigração: “Estamos a exportar mão de obra qualificada, os nossos engenheiros, e a importar não qualificada, muitas vezes nem conseguem ler, não vai dar certo”. O caminho para resolver a questão da mão de obra é continuar a investir na automatização das tarefas repetitivas, robotizá-las, e dar trabalhos mais nobres aos funcionários que faziam essas funções: “ninguém é impossível de requalificar”, garantiu. A sessão foi gravada e pode ser vista aqui.