27 maio 25
Eventos

Bebiana Rocha

Inovação em Eco-design e Eco-engineering no iTechStyle Summit

A Mind integrou esta segunda-feira o painel sobre Eco-design e Eco-engineering do iTechStyle Summit. Fernando Vasconcelos, diretor de marketing da empresa, abordou o conceito de multiplicação e as vantagens da adoção dos seus sistemas.

Com as soluções de corte da Mind, as empresas podem assegurar produções com maior qualidade, reduzir o risco de desperdício de matérias-primas de alto valor e aceitar uma maior diversidade de modelos — graças ao aumento da flexibilidade. Tornam-se também aptas a aceitar encomendas cada vez menores, mantendo custos de produção competitivos e garantindo tempos de entrega mais curtos aos clientes, enumerou.

À audiência, Fernando Vasconcelos destacou ainda as vantagens da solução de corte de camada única (Single Ply): elevada precisão de corte (permitindo poupanças de tecido entre 5 a 7%), alto desempenho, qualidade, eliminação da necessidade de papel ou plástico, flexibilidade, menor exigência de mão de obra, redução de custos de manutenção e simplificação das operações.

“Uma máquina com duas cabeças pode igualar o desempenho de uma máquina de corte multicamada com 3,5 camadas. Se apenas tiver um corte sequencial em multicamada, uma única máquina com dois braços pode igualar uma máquina multicamada com 9 camadas”, exemplificou.

Para concluir, sublinhou que não existe uma tecnologia dominante ou ideal — tudo depende do contexto de produção. Ainda assim, a tecnologia Single Ply é uma das melhores opções para produções médias, com qualidade e flexibilidade igualmente médias.

Também presente no painel, Flávio Diniz, do ITA Aachen, abordou as aplicações das fibras de carbono, valorizadas pelo seu baixo peso e elevada resistência. Explicou o processo de criação e apresentou um exemplo de aplicação: os sistemas de produção de energia eólica, que exigem pás cada vez maiores e feitas de materiais que não se dobrem.

Com o objetivo de substituir a origem fóssil por fontes sustentáveis, o investigador propôs o uso de celulose, linho, BIO-PE e BIO-PAN. “Temos de ter em conta a abundância da matéria-prima e o seu custo”, advertiu.

Estão em curso testes para produzir fibras de carbono a partir de óleos vegetais, que passam a biodiesel, depois a glicerol, acroleína e, finalmente, acrilonitrilo — o principal componente usado na produção de poliacrilonitrilo, a matéria-prima mais comum para fibras de carbono de alto desempenho.

Flávio Diniz concluiu com a apresentação do projeto Green to Black, desenhado para acelerar a transição sustentável. O consórcio inclui três entidades: ITMC (responsável pela síntese), AVT (purificação) e ITA (polimerização).

O painel prosseguiu com Thomas Fisher, que apresentou o projeto Biofiberloop, da DITF. O seu objetivo é desenvolver uma nova geração de materiais renováveis, à base de celulose e ácido poliláctico (PLA). Um ano após o seu início, o projeto está estruturado em seis workpackages: atualização tecnológica, ferramentas de digitalização, reciclabilidade e biodegradabilidade, avaliação de segurança e sustentabilidade, demonstração em ambiente industrial e comunicação e disseminação.

“Já começámos ensaios com PLA, lignina e materiais celulósicos, que terão aplicação futura em peças de vestuário para workwear, activewear e outras categorias”, revelou. Paralelamente, estão a desenvolver um novo revestimento à base de lignina, que deverá ser flexível e apresentar boa adesão. A fase seguinte é a da funcionalização, inspirada na natureza (biomimética), com o objetivo de incorporar propriedades como hidrofobia, capacidade antibacteriana e repelência ao óleo.

O encerramento do painel ficou a cargo de Yuyuan Shi, da Northumbria University, em Newcastle, Reino Unido. Em representação do Fashion Engineering Lab, a jovem investigadora apresentou soluções inovadoras de vestuário com tecelagem 3D — uma tecnologia que se traduz em poupança de material e menor emissão de CO₂.

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