Bebiana Rocha
Num mercado onde muitos players lutam pela sobrevivência, a Inditex supera trimestre atrás de trimestre os seus resultados. A Matter to Market analisou uma década de relatórios anuais da Inditex (2015-2024) e partilha publicamente os insights.
Os números corroboram a boa capacidade do grupo espanhol para avaliar o mercado, o excelente desempenho financeiro, mas chamam sobretudo à atenção para a escolha das matérias-primas certas – “são poucas as marcas que oferecem uma seleção tão ampla de materiais a preços acessíveis”.
O uso de materiais da Inditex cresceu mais de 80% desde 2015, passou de 375 000 para um total de 679 000 toneladas, tornando-se um dos maiores consumidores de fibras do mundo. A maior parte do crescimento foi feito nas fibras naturais, dada a preferência do consumidor pelo linho e algodão.
O mercado tem assistido inclusive a um aumento no uso de fibras sintéticas como viscose, liocel e modal, mas a Inditex não está a acompanhar as médias, está abaixo. “A Inditex consumiu mais de 300 mil toneladas de fibras naturais. Sozinha representa 1% da produção global de fibras naturais”, chama à atenção Johannes Stefan, dono da Matter to Market.
Reconhecendo que domina o mercado do vestuário com “uma produção rápida e económica, designs atraentes, dependência mínima de materiais sintéticas baratos, ao contrário dos seus concorrentes”. Os gráficos podem ser consultados em detalhe aqui.
O documento detalha a evolução das vendas líquidas e o uso de matérias-primas pela Inditex entre 2015 e 2024, são também abrangidas informações como o volume de fibras naturais, como já referido, o preço médio pago pelos clientes por quilo de produto, e apresentada uma estimativa do número de artigos vendidos e o preço líquido por peça ao longo deste período.