Bebiana Rocha
O diretor da ETP, Lutz Walter, abriu na sua plataforma de Linkedin uma discussão sobre se a troca de fibras é realmente significativa para reduzir a pegada de carbono da indústria têxtil e vestuário. O representante discorda que a utilização de fibras certificadas ou apelidadas de verdes vão ter um impacto substancial na pegada final da indústria.
“Numa visão completa de ciclo de vida do produto as matérias-primas representam 12-15%. Os restantes 85-88% da pegada de carbono da peça está relacionada com a energia utilizada no processo de produção, envio e distribuição”, partilha Lutz Walter. Assim, o foco das empresas deve estar na escolha das fibras tendo em conta a funcionalidade e durabilidade que vão conferir ao produto final.
As empresas devem, alternativamente, apostar na aquisição de equipamentos de produção mais eficientes em termos energéticos e em criar cadeias de abastecimento mais digitais e ágeis, que assegurem respostas rápidas e reduzam a necessidade de stocks.
“Se alguém acredita que nos vamos livrar por completo das fibras sintéticas está a enganar-se a ela própria”, prossegue. Avançando que não existem fibras naturais suficientes para 8 mil milhões de pessoas. Avança também com a informação que haverá uma publicação da produção global de fibras até 2050, aproximadamente 250 toneladas metro.
“Temos de garantir que as fibras manmade vêm de fontes renováveis”, retorquiu, levantando um tema pertinente: o LCA do poliéster. Lutz Walter sugere a criação de um estudo de LCA do poliéster e desafia a indústria a pensar em formas de financiar esse estudo, para servir como base de regulamentação e tomada de decisões comerciais sólidas, uma vez que a maior parte do poliéster vem da Ásia.