Jorge Fiel
Ao longo dos últimos dois anos, a JF Almeida pôs no terreno um ambicioso programa de investimento de 25 milhões de euros e os frutos começam agora a ser colhidos. A empresa apresenta-se na Heimtextil, em Frankfurt, com um leque alargado de produtos fabricados internamente.
A empresa prevê fechar o ano que ora se inicia com um volume de negócios de 65 milhões de euros, um crescimento superior a 10% face às vendas de 2023. “Investimos numa nova unidade de tecelagem, com teares com larguras de 3m40 e 3m60 que nos permitiu começar a produzir roupa de cama. Temos uma nova unidade de acabamentos, que começou a operar em outubro e está a entrar em velocidade cruzeiro. Instalamos um linha de torcedura de fios e um confecção de roupões”, descreve Juliana, que com o seu irmão, constitui a segunda geração de Almeidas, que já começou a assumir as rédeas da empresa fundada pelo pai (e CEO), Joaquim Almeida.
A JFA passou a estar em todos os segmentos da oferta dos têxteis-lar – “ajuda a equilibrar as vendas, se um está mais fraco, os outros podem compensar”, esclarece Joaquim Almeida – e a fazer internamente produtos e operações que eram subcontratados. “Ganhamos não só em qualidade, mas também e essencialmente em prazos de entrega, e não gastamos mais”, afirma o CEO da JFA.
O impressionante programa de investimentos da JFA obrigou à contratação de mais 200 trabalhadores (elevando para o patamar dos 800 os nomes constantes da sua folha salarial) e contemplou uma verba superior a oito milhões de euros aplicados em eficiência energética – caldeiras de biomassa, painéis solares (9 090 já instalados) e um motor de autoconsumo a gás.
“Os custos da energia dispararam até ao céu, multiplicaram-se por dez. Agora, com este e outros investimentos em eficiência energética – como por exemplo numa râmola que custou 1,3 milhões, que se paga em dez anos, pois não só gasta menos que a máquina anterior como ainda por cima recupera água quente – estamos mais defendidos, menos expostos às variações dos custos energéticos”, conta Joaquim Almeida.
A JFA acredita que com estes investimentos em eficiência energética vai conseguir poupanças na ordem dos 30% a 40% na sua fatura de energia. E agora? “Agora vamos fazer uma pausa nos investimentos. A hora é de consolidar e rentabilizar o que já foi feito”, conclui Juliana Almeida.