17 março 25
Empresas

Bebiana Rocha
Imagem: by Mosquito

Grácia Sofia cruza têxtil com o mobiliário

Duas empresas do ramo mobiliário contactaram o atelier Grácia Sofia para propor uma parceria que une os têxteis ao mobiliário e decoração. O resultado ainda não está finalizado, mas são já várias as ideias que brotam e também os protótipos.

A empresária Grácia Sofia dá como exemplo ao T Jornal uma parede que, em vez de ser pintada, vai ser decorada com tecidos em macramé, sofás com aplicações de favos e candeeiros com flores têxteis. “Tem sido um exercício interessante, por exemplo, partindo de uma sweatshirt criarmos um sofá. Ainda é preciso testar muita coisa, mas certamente vão ser criados projetos únicos e com valor acrescentado”, continua.

A equipa há vários anos que não se dedica apenas a trabalhos tradicionais na área do vestuário, desenvolve também trabalhos para as áreas do calçado, joalharia e outros acessórios. Esta filosofia de diversificar para reduzir riscos e também conseguir inovar e ganhar novas competências leva Grácia Sofia a ver o nicho do mobiliário como muito interessante.

“O vestuário está numa altura péssima. Não nos podemos agarrar só a uma área, continuaremos a trabalhar nela, mas queremos expandir para outras, sempre trabalhando com produtos o mais naturais possíveis”, acrescenta. O atelier está inclusive a fazer parceria com um designer nacional para apresentar uma coleção de vestuário feita totalmente em linho, contando com os botões.

“O nosso objetivo é reaproveitar excedentes de produção, há sempre pedaços que dão para certas formas”, diz entusiasmada. O atelier tem a preocupação diária de guardar pequenos recortes e linhas para outros trabalhos, por exemplo, para a sua marca própria mhodzi, e também para solucionar problemas dos próprios clientes. “Tiras de sapatos defeituosas serviram para fazer alças de carteiras em macramé. É importante lembrar o cliente para olhar para os seus stocks e criarmos a partir do que já existe”, explica.

“Fazer a junção de várias equipas é muito importante. A mim cativa-me e é como quero trabalhar, sinto no entanto que ainda falta esse espírito às empresas do setor, que não se vêem umas às outras como parceiras. É preciso força de vontade para fazer diferente”, conclui.

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