Bebiana Rocha
Imagem: Guimarães Marca
A Gipanolar conclui ontem a sua participação na Guimarães Home Fashion Week dando sinais claros de renovação e aposta em materiais de excelência. Gil Neiva, CEO e fundador da empresa, revelou ao T Jornal que a grande novidade deste ano é a introdução de atoalhados produzidos com fio do Egipto Giza, um dos mais prestigiados do mundo. “Estamos a alterar os nossos artigos do cardado para o penteado. Temos introduzido devagar o Tencel e a fibra de bamboo”, completa o responsável.
Esta evolução na qualidade dos produtos tem levado a um natural aumento dos preços, o que, segundo Gil Neiva, ainda exige adaptação por parte dos clientes: “quando o cliente usar e vir que é um produto melhor a reação vai mudar”, afirma otimista.
Com um modelo de negócio assente na subcontratação integral da produção em Portugal – dos acabamentos à confeção – a Gipanolar dedica-se exclusivamente à componente comercial. No entanto, a escassez de unidades de confeção no país tem condicionado a resposta a certas encomendas, por falta de garantias nos prazos de entrega.
Apesar destes desafios, a empresa familiar, que já conta com a segunda geração envolvida na gestão, continua sólida. Exporta entre 75% e 80% da produção, com foco na Europa, mas com presença em mercados mais distantes como o Brasil, Chile, Equador, Costa Rica, República Dominicana e Argentina.
“Hoje vendemos menos, mas ganhamos mais”, afirma o administrador, explicando que uma inversão na cadeia de valor permitiu aumentar as margens comerciais. Com os olhos postos no futuro, a Gipanolar mantém como prioridade o reforço da qualidade e das certificações – incluindo as de caráter social.
Quanto à sustentabilidade, embora reconheça que a procura por opções mais ecológicas ainda esteja do lado das grandes organizações com uma maior capacidade de compra, a empresa já deu passos firmes. No ano passado apresentou uma coleção com fio de algae e acabamentos vegan, e está agora a estudar a introdução do cânhamo e de acabamentos naturais – “tudo vai depender das garantias”, refere Gil Neiva, referindo-se por exemplo a conseguir o mesmo nível de solidez da cor.