14 outubro 25
Economia

Bebiana Rocha

Fórum para a Competitividade antecipa abrandamento do PIB

O Fórum para a Competitividade publicou a sua nota de conjuntura de setembro, onde estima que o PIB português tenha abrandado em cadeia no 3.º trimestre, passando de um crescimento de 0,7% para entre 0,3% e 0,5%. Apesar disso, o organismo prevê uma ligeira aceleração em termos homólogos, de 1,8% para entre 1,9% e 2,1%.

A manter-se o atual ritmo de crescimento do emprego acima dos 3%, o Fórum considera que bastariam aumentos modestos da produtividade para o PIB português poder crescer em torno dos 4%.

Na nota do mês anterior, o Fórum já havia alertado para um conflito entre o crescimento do emprego e a competitividade, sublinhando que “Portugal tem um défice de investimento que se está a traduzir numa quebra de capital por trabalhador”. O organismo avisa que, “se o PIB continuar a aumentar por via do emprego e não pela produtividade, continuaremos a ter um crescimento muito modesto dos salários”, defendendo a urgência de reformas estruturais que permitam aumentar a produtividade e desbloquear o investimento.

O Fórum para a Competitividade adverte ainda que Portugal não poderá contar com o enquadramento externo para ter um bom desempenho em 2026, sendo essencial “fazer o trabalho de casa”, sobretudo ao nível do investimento e das exportações, para alcançar resultados sustentáveis.

No resumo executivo, destaca-se uma ligeira melhoria do clima económico em setembro, que atingiu o melhor valor desde fevereiro de 2022. A inflação registou uma queda de 2,8% para 2,4%, enquanto o mercado de trabalho manteve-se dinâmico, com aumentos homólogos de 3,1% na população ativa e de 3,4% no emprego.

A nível internacional, as previsões do Banco Central Europeu para a Zona Euro tornaram-se mais otimistas, apontando agora para um crescimento do PIB de 1,2% em 2025, face aos 0,9% anteriormente estimados. Nos Estados Unidos, o país enfrenta o primeiro “shutdown” dos últimos sete anos, enquanto o setor petrolífero permanece inquieto devido à incerteza e aos custos elevados, o que poderá traduzir-se em preços estáveis para o dólar.

Entre os temas adicionais, o Fórum dedica ainda atenção à situação em França, considerando que o problema é não apenas económico, mas também orçamental e político, com potencial para contagiar o financiamento de outros países da Zona Euro.

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