Bebiana Rocha
A Fibrenamics recebeu ontem nas suas instalações a visita de um grupo de alunos de Erasmus, integrado no projeto ‘A Peaceful Life With Nature in a Sustainable Future’, criado com o objetivo de promover a consciencialização ambiental e a adoção de práticas sustentáveis junto dos mais jovens, bem como incentivar o intercâmbio cultural e capacitá-los para serem agentes de mudança.
A manhã começou com uma apresentação conduzida por Pedro Pacheco, Coordenador de Marketing e Comunicação da Fibrenamics, que sublinhou que a sua missão é entregar sustentabilidade sem comprometer a performance, bem como ajudar as empresas a reaproveitarem os seus resíduos de produção, convertendo-os em novos materiais de elevado valor, que podem ser reintroduzidos no sistema e, assim, fecharem o ciclo.
Entre os exemplos apresentados destacou-se o projeto Protechdry, desenvolvido para a Impetus – uma cueca reutilizável destinada a pessoas com incontinência, substituindo os pensos descartáveis. “Trata-se de uma solução confortável, lavável, absorvente e que não liberta odores, sendo hoje um dos top products da marca”, disse.
Outros dos projetos destacados foi o The Good Bottle, uma garrafa feita a partir de algas e outros materiais que substitui as garrafas de plástico de uso único e que pode ser descartada sem impacto para os oceanos, sendo até um alimento para os peixes.
Por último, falou do projeto Recycled Reef, que promove o desenvolvimento da fauna marinha e capaz de captar CO2, e na área da defesa do Pluriprotech – um fato reutilizável que protege contra ameaças nucleares e químicas e que pode ser lavado até 20 vezes.
Ao longo da sua intervenção, o responsável reforçou a importância do conhecimento ser aplicado ao serviço das necessidades do mundo empresarial e da sociedade. “A inteligência é a base”, afirmou, justificando o compromisso da Fibrenamics em acompanhar e manter relações com a comunidade científica internacional.
O CVR – Centro de Valorização de Resíduos, também sediado no Campus de Azurém da Universidade do Minho, em Guimarães, serviu de ponto de encontro para os alunos e docentes, que tiveram a oportunidade de conhecer os projetos das duas entidades. No caso do CVR falou-se do projeto e-tijolo, produzido a partir de beatas de cigarro.
A equipa não ficou por aqui, falou ainda nas potencialidades do reaproveitamento de restos de corte de assentos de automóveis para a criação de novos moldes e TNT usados nos enchimentos de estofos, no âmbito do projeto AutoEcoMat, com a empresa Borgstena. E na utilização de caroços de azeitona e de milho como ponto de partida para materiais de construção mais sustentáveis, mas que mantém as suas boas propriedades de isolamento térmico e acústico, assim como a possibilidade de dar uma segunda vida ao pó resultante do corte com a técnica SLS 3D Printing.
Foi uma manhã repleta de conhecimento para os estudantes do Agrupamento de Escolas de Terras do Ave, de Pedome, e de outras, e também para o T Jornal. A visita contou com a presença de estudantes da Bulgária, Turquia e Roménia, em convívio com os colegas portugueses, conduzidos pelos investigadores da Unidade de Compósitos da Fibrenamics, Luísa Durão e Daniel Barros, e do CVR, Lucas Nascimento.