18 novembro 22
Exportações

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Exportações batem recorde em 2022 mas há dúvidas para 2023

As exportações do sector têxtil e do vestuário deverão ficar muito próximas dos seis mil milhões de euros no final de 2022, um registo bem acima dos 5,4 mil milhões de 2021, mas as expectativas para o próximo ano não são as mais animadoras, refere Mário Jorge Machado, presidente da ATP. A diminuição das encomendas, ‘disfarçada’ pela inflação, permitem antever que o próximo ano pode não ser de continuidade de um bom nível de exportações.

“Estamos a crescer a dois dígitos, o que nos faz prever que vamos ter o melhor ano de sempre em termos das exportações”, disse Mário Jorge Machado, mas não deixou de acrescentar que “o ano está claramente dividido em duas partes distintas”. Na primeira, as exportações cresceram a bom ritmo; mas, com a guerra na Ucrânia, o aumento do preço das matérias-primas, dos transportes e finalmente da fatura energética, a segunda parte do ano está a ser muito menos positiva.

O trimestre em curso já permite concluir que as exportações estão agora a ser suportadas pelos aumentos dos preços – que respondem à evolução galopante da inflação, e não, como seria desejável, ao aumento das encomendas. Ou seja, num quadro de estabilização da inflação, a diminuição da procura em praticamente todos os mercados mundiais ficará a descoberto.

A ATP – no seio da federação sectorial europeia, a Euratex – tem vindo a intervir junto da União Europeia para que sejam encontrados mecanismos comuns de salvaguarda dos interesses do sector no bloco, mas nem todas têm sido atendidas, nem em termos de decisões, nem da brevidade dessas decisões.

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