Euratex: índice de produção têxtil caiu no 1º. trimestre

Os índices de produção dos sectores têxtil e do vestuário diminuíram 1,2 e 1,3 pontos, respetivamente, entre janeiro e março de 2023, adianta a confederação europeia Euratex. A diminuição das carteiras de encomendas e a possível insuficiência de stocks justificam as quedas de produção.

Segundo os dados mais recentes da Euratex, a produção têxtil europeia desceu também no quarto trimestre de 2022, tendo sido a primeira diminuição registada em quase dois anos. Em contraste, a produção de vestuário voltou a crescer no final do ano passado, depois da diminuição no terceiro trimestre.

O Índice da Euratex permite comparar os dados atuais com um ponto de referência, com valor de 100, correspondente ao quarto trimestre de 2019. Neste sentido, a produção têxtil atingiu um pico de 116,6 pontos no terceiro trimestre de 2022, antes de cair para 116,3 no quarto trimestre. Desde o terceiro trimestre de 2020, houve apenas uma mudança na produção do sector, no primeiro trimestre de 2021.

De acordo com a Euratex, a cadeia de abastecimento têxtil continua a apresentar difíceis condições de eficácia e insuficiente cumprimento da procura, mas o sector do vestuário apresenta uma forte recuperação da atividade.

A produção europeia de vestuário atingiu níveis pré-pandémicos, no primeiro trimestre de 2022, tendo o índice de produção atingido os 100,6 pontos. A partir daí, aumentou para 110,5 no trimestre seguinte, tendo caído para 106,7, no terço do ano seguinte, devido principalmente aos custos da energia. No quarto trimestre de 2022, o valor do índice subiu para 114,9 pontos.

Segundo a Euratex, apesar do choque energético e consequente inflação recorde, a economia da União Europeia alcançou a estabilização durante o quarto trimestre de 2022, ao invés da contração esperada. Note-se que o preço de referência do gás na Europa caiu abaixo do nível anterior à invasão da Ucrânia, o que contribuiu para a estabilização.

No entanto, os empregadores europeus das indústrias têxteis e do vestuário mantêm-se vigilantes face aos incidentes no sector bancário, que aumentaram a incerteza global, tendo surgido como um novo risco para a economia em 2023.