27 outubro 22
Indústria

Ana Rodrigues

“Estamos a desperdiçar talento, que custou a criar e vale muito”

A falta de uma aposta clara e colaborativa entre as empresas e a academia tem como primeiro impacto “estarmos a desperdiçar talento, que custou a criar e vale muito”: “fazer uma licenciatura, mestrado e doutoramento sem nunca ter tido uma experiência empresarial é das primeiras coisas a mudar”, afirmou Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive.

Falando num debate organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos em colaboração com o Expresso, Isabel Furtado sublinhou que é imperioso que os alunos das academias deveriam “fazer a licenciatura e o mestrado já com projeto. É uma excelente oportunidade para os alunos e para as empresas”.

IsabelFurtadoSIC

Com o título ‘O que Portugal precisa para crescer’, este foi o terceiro de seis debates promovidos pelas duas entidades – e que foi apresentado na SIC Notícias (na integra aqui) – tendo este versado, entre outros, o tema da colaboração entre a academia e as empresas na perspetiva do crescimento da economia.

Cláudia Sarrico (professora de Economia e Gestão da Universidade do Minho), Nuno Mangas (presidente do Compete 2020) e Paulo Barradas Rebelo (CEO da Bluepharma) foram os restantes intervenientes.

Nuno Mangas SIC

E a opinião foi unânime: a academia, as empresas e a indústria vêm trabalhando cada mais em conjunto, mas ainda há muito a fazer. Nuno Mangas afirmou que, nestes sete anos, o Compete 2020 colocou, na academia e nas empresas, ao nível de projetos I&D “num valor que ronda os 1.300 ou 1.400 milhões de euros”. Ao nível do PRR, sobretudo nas agendas mobilizadoras, “estamos a falar de um investimento que ronda os três mil milhões de euros e, para os próximos anos, 3,5 mil milhões”.

E Isabel Furtado deu um exemplo das virtudes dessa colaboração: a TMG Automotive já registou mais de 50 patentes oriundas do centro de investigação da empresa, que desenvolve trabalho com a Universidade de Aveiro.

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