Energia faz subir preços na produção industrial em 24,8%

Os preços na produção industrial aumentaram 24,8% em julho face ao período homólogo do ano passado, devido sobretudo à subida dos preços da energia e dos bens intermédios, anunciou o Instituto Nacional de Estatística, indo assim de encontro aos alertas deixados por Mário Jorge Machado, presidente da ATP.

Estes dois agrupamentos contribuíram de forma mais expressiva para a variação do índice total, com 12,3 pontos percentuais e 7,8 pontos percentuais, respetivamente, “em resultado de crescimentos de 60,9% e 20,9% (63,6% e 22,3% em junho, pela mesma ordem)”.

O líder da Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal tem insistido que, devido à escalada do preço da energia, “o custo das empresas de estarem a laborar é muito superior ao custo de estarem encerradas”, criando assim uma situação insustentável a curto prazo. Tendo deixado o primeiro alerta ainda em março passado – poucos dias depois do início da invasão da Ucrânia por parte da Rússia – Mário Jorge Machado alertou há poucas semanas para que, por outro lado, o aumento dos preços irá acabar por ter um forte impacto na redução das encomendas a partir do segundo semestre.

“O Índice de Preços na Produção Industrial (IPPI) registou um aumento homólogo de 24,8% em julho (25,6% em junho)”, refere o INE em comunicado, realçando que “a evolução dos preços da energia e dos bens intermédios continuou a ser determinante para o crescimento do índice total”, sem os quais o índice cresceu 10,9% no mês em análise.

O INE acrescenta que, com exceção dos bens de consumo, “todos os agrupamentos apresentaram variações menos intensas que no mês precedente”.