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A energia atingiu esta segunda-feira, dia 20 de Dezembro, o preço mais alto da história, uma questão que está a tornar-se dramática para as empresas do setor têxtil. A ATP aguarda a realização de uma reunião urgente já solicitada ao Governo, mas o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal vai avisando que o problema está a tornar-se insustentável e que há empresas que ponderam parar a atividade. Em Espanha, o governo avança já com medidas de apoio às PME.
A gravidade da situação foi explicada pelo líder da ATP, Mário Jorge Machado, este sábado na SIC Notícias, dando conta de que este é um problema que se agrava todos os dias e num contexto que se deverá arrastar, pelo menos, durante o próximo ano. A grande questão é que os preços da energia já mais que duplicaram ao mesmo tempo que os do gás se multiplicaram por cinco.
Aumentos que as empresas não conseguem sequer minimamente fazer repercutir sobre os clientes e, como tal, ameaçam a sua atividade. Estes são custos cruciais na atividade das empresas têxteis, e que ainda por cima coincidem com os problemas no abastecimento de matérias-primas e os aumentos igualmente exponenciais nos custos do transportes.
Enquanto aguarda pela marcação da reunião com o Governo, a ATP tem vindo a reunir com as empresas no sentido de monitorizar a situação, tendo começado pelas que atuam nos ramos da tinturaria, estamparia e acabamentos, muito dependentes do consumo de gás e, como tal, aquelas que mais fortemente têm sido atingidos.
Hoje mesmo o preço da energia atingiu no mercado ibérico o valor mais alto da história. Portugal e Espanha partilham o mesmo mercado grossista e o preço médio da eletricidade é igual entre os dois países, sendo que em Espanha o governo tem já preparado um conjunto de medidas para aliviar o impacto dos preços da energia nas PME.
Segundo noticiou o jornal El Pais, o executivo vai prolongar o pacote de descontos fiscais já antes aprovados, a par de uma nova redução do IVA, que em setembro tinha já passado de 21% para 10%. O governo espanhol pondera agora que o IVA possa baixar até aos 4%.