Bebiana Rocha
O Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho levou a cabo, nos meses de fevereiro e março, um inquérito sobre a licenciatura e o mestrado em engenharia têxtil com o objetivo de perceber que ajustes são necessários no plano de estudos. Os resultados foram partilhados com o T Jornal. Foram registadas 53 respostas, tendo sido a adesão maior por parte das confecções e dos acabamentos.
As empresas responderam que as áreas em que há maior necessidade de reforço na formação têxtil são: o desenvolvimento de novos produtos (35), gestão de produção (26), tingimento (17) e fibras (15). Consideram também que é necessária uma maior aproximação dos estudantes às empresas, desde o primeiro ano – 96% considera que devem ser incluídos mais estágios e mais colaborações diretas com a indústria; 66% mostrou-se disponível para criar condições, financeiras inclusive, para receber alunos.
Em termos de competências essenciais, as empresas consideram importante que os novos profissionais tenham capacidade para gerir e otimizar processos produtivos (39), capacidade de inovação e desenvolvimento de novos produtos (38) e soft skills como liderança, comunicação e trabalho de equipa (27). A sustentabilidade e circularidade começam também a ser uma preocupação (26).
No campo de respostas abertas sobre que razões justificam a pouca procura deste curso pelos jovens, foram apontadas como principais razões: a perceção mediática de que o setor está em redução, a falta de reconhecimento interno do posicionamento do setor têxtil à escala global, o stress e a remuneração. Sugerem como caminho que seja feito um esforço para melhorar a boa comunicação do setor e que sejam promovidas oportunidades junto das escolas de ensino secundário, além de trabalhadas histórias de sucesso.
Apesar da maioria das pessoas ter dito que o nome do curso não tem influência na atratividade do mesmo, sugeriram a inclusão de palavras chave como sustentabilidade, inovação e tecnologia. No longo prazo, o DET deve também considerar colaborar com técnicos das indústrias, por exemplo, em aulas, promover a utilização de inteligência artificial aplicada à produção e dar ferramentas aos futuros engenheiros para que consigam fazer análises transversais do processo de fabrico.