Empresas portuguesas fecham A+A 2025 com balanço moderadamente positivo

Terminou hoje a edição de 2025 da A+A, em Düsseldorf, a maior feira mundial dedicada à segurança, saúde e bem-estar no trabalho, que contou com a presença de um grupo de empresas portuguesas integradas no projeto Sustainable Textile & Apparel From PORTUGAL, da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.

A comitiva – composta pela A. Sampaio & Filhos, ASC Moldes, Axfilia, Dune Bleue, Quality Lab, Sancar Premium Socks, Sidónios Seamless Tech, Sidónios Malhas, Ultra Creative, Unifardas e Tiajo – faz um balanço globalmente positivo, ainda que marcado por um ritmo de feira e afluência mais calmos do que edições anteriores.

“A feira foi positiva. Apesar de muitos dos nossos clientes serem expositores, conseguimos reunir”, afirma Pedro Peixoto, comercial da ASC Moldes, ao T Jornal. “Na Europa já estamos conhecidos, mas conseguimos contactos na América Latina”, acrescenta. Sobre a inovação, explica que, por venderem uma ferramenta, estão condicionados pelo produto do cliente e pela tecnologia de quem fabrica as máquinas, procurando acompanhar o mais possível as ideias dos seus parceiros. A feira, sublinha, foi um ponto de encontro importante para avaliar novas possibilidades de colaboração.

Manuel Anjo, CEO da Sancar Premium Socks, traça um retrato moderadamente otimista. “Mais calma do que em anos anteriores, mas quem vem está mais focado”, refere. O stand recebeu essencialmente visitantes europeus, mas também contactos vindos da América do Sul, EUA e Chile. Apesar do abrandamento do consumo global, considera que “os mercados começam a procurar coisas novas”, e é precisamente nisso que a Sancar aposta – em criar, desenvolver e fazer acontecer. “Temos de sair à rua”, diz, mostrando a proatividade que caracteriza o negócio. Para 2025, antevê “resultados bastante positivos, fruto de um grande empenho das equipas no desenvolvimento, inovação e sustentabilidade”.

Na Ultra Creative, o balanço é também positivo. “Correu relativamente bem, em parte pelo trabalho de casa feito”, partilha António Ferreira, gerente, que reforça o foco no mercado europeu, dado o perfil e a dimensão da empresa. Embora a localização do stand não tenha sido a mais favorável, a feira representou uma boa oportunidade de networking. “Agora é tempo de planear os eventos do próximo ano”, adianta, apontando a Expoprotection, em Paris, como um possível regresso em 2026. A estratégia passa por manter as visitas aos clientes, essenciais para fortalecer relações e orientar o negócio, mesmo num contexto desafiante: “a maioria dos clientes está em queda”, mas não baixa os braços.

Para a Dune Bleue, a edição foi “mais calma”, nas palavras de Ricardo Faria, CEO, que recorda uma maior afluência há dois anos, em parte devido à localização. “O pavilhão 15 é mais movimentado do que onde estivemos este ano”, observa, sublinhando que, apesar disso, as reuniões agendadas com clientes e fornecedores valeram a presença. Para o futuro, deixa um apelo direto: “As marcas têm de cá estar, é preciso uma mudança de paradigma.”

Estreante na A+A, a Sidónios Seamless Tech avaliou a participação como uma experiência útil e de aprendizagem. “Foi importante ir em grupo e ter o efeito cluster”, afirma Bruno Sidónio, head of sales, satisfeito com os contactos realizados. A empresa apresentou artigos seamless inovadores, direcionados a segmentos como o militar e o workwear. “A feira foi um primeiro passo para identificar players de interesse”, resume, acrescentando que 2025 tem sido um ano de reestruturação comercial e geográfica, com o objetivo de reduzir a dependência do mercado americano.

Entre contactos internacionais, novas abordagens e a aposta contínua na sustentabilidade, o grupo português em Düsseldorf demonstrou a capacidade de adaptação e resiliência que caracteriza o setor têxtil nacional – firme no propósito de continuar a evoluir e a afirmar-se nos mercados internacionais.