Bebiana Rocha
Com recurso a vários gráficos evolutivos do sector, Hermano Rodrigues, diretor da EY, partilhou ontem os principais indicadores do sector têxtil e vestuário, enquadrado no 26º Fórum da Indústria Têxtil. Da apresentação sobressaiu a realidade robusta das empresas, sobretudo das grandes empresas, que apresentaram uma liquidez de 1,1% p.p entre o período de 2019-2023.
“As PMEs estão mais pressionadas”, constatou, ligando a necessidade de se consolidarem financeiramente para conseguirem responder aos desafios. Dos dados apresentados sobressai a capacidade de Portugal criar os seus nichos de mercado, com o VAB a rondar, entre 2008 e 2022, um crescimento de 2%. Assistiu-se também nesse período a uma consolidação do volume de negócios, um crescimento na ordem dos 3% no comércio internacional, com os principais três mercados a serem Espanha, França e Alemanha.
“O mercado que mais cresceu foi o espanhol por causa das marcas bem posicionadas que têm. As t-shirts são o produto número um das exportações, seguida das camisolas e têxteis-lar”, complementou. Hermano Rodrigues chamou ainda à atenção para as mais valias de termos um cluster territorial tão concentrado e competente: “existem muito poucos na Europa com uma densidade tão forte e tão diferenciador. O desafio é comunicar melhor esse cluster, torná-lo ainda mais dinâmico e orientado para o valor acrescentado”, terminou. Abrindo um ponto interessante: a possibilidade do processo de regionalização poder favorecer a indústria.