30 maio 25
Networking

Bebiana Rocha

Empresários brasileiros e portugueses reúnem-se na ATP

Cerca de 20 empresários brasileiros e portugueses encontraram-se ontem na sede da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, em Vila Nova de Famalicão, para discutir oportunidades de negócio no setor têxtil e vestuário. A iniciativa foi promovida em conjunto com a ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção.

Durante a tarde, foram exploradas oportunidades de cooperação, investimento e parcerias industriais, com feedback muito positivo por parte dos participantes.

O T Jornal falou com Edson César dos Santos, CEO da Protext – empresa especializada em manchões para fiação de fibra curta e roletes para fiação de fibra curta e longa, com mais de 50 anos de experiência – que procura novos clientes em Portugal.

“É a primeira vez que interajo com a ATP. O Fernando Pimentel [da ABIT] foi aqui uma ponte importante. Gostei muito da reunião, foi produtiva, saio com contactos do meu ramo, vamos continuar a trocar ideias quando regressar. A Ana Dinis [diretora-geral da ATP] falou da relação cara a cara e concordo que faz toda a diferença. A apresentação do Mário Jorge Machado [Presidente da ATP] sobre a Europa também foi boa”, resumiu.

O administrador elogiou ainda o encontro, reconhecendo que “não é fácil juntar tantas empresas ao mesmo tempo, com objetivos diferenciados”. Sobre o iTechStyle Summit, acrescentou: “foi muito inovador, saio com uma visão de futuro”.

Também a portuguesa Fatilino, dedicada à produção de artigos têxteis em malhas circulares, marcou presença no encontro. Filipa Marinho, gerente, afirmou que o evento superou as expectativas. “Gostei. O Brasil é bastante competitivo, mas podemos aprender com a experiência e a sabedoria dos convidados, e também da ATP. Sugiro que mantenham este tipo de iniciativas, mas com outros países, com pessoas da mesma área, porque é um bom momento para a partilha de experiências”, destacou.

A Fatilino, presente nos principais mercados europeus, ambiciona agora expandir para o Canadá, sugerindo que este possa ser um dos próximos países de aposta para ações semelhantes. A responsável pelo departamento comercial mencionou ainda a Polónia como um país em crescimento em termos de marcas.

Com cerca de 30 colaboradores, a empresa trabalha todos os segmentos – homem, mulher e criança – e aposta na modernização e na sustentabilidade. “Temos um projeto para aquisição de uma nova máquina de corte” e outro “para instalar painéis solares”, revelou.

Victor Gallo, CEO da Protecta – empresa brasileira especializada em produtos para defesa e segurança, como proteções balísticas e airbags para veículos blindados – partilhou também a sua visão. “Ainda não estamos em Portugal, mas acredito que o acordo UE-Mercosul será uma ponte. Seria importante equalizarmos certificações e estabelecermos parcerias de cooperação que contribuíssem para uma maior produtividade das partes”, referiu.

O crescente interesse da União Europeia pelos temas da defesa reforçou a vontade do empresário em explorar sinergias com a indústria têxtil portuguesa. “Vejo potencial sinérgico”, afirmou, adiantando que fez contactos ao longo da tarde. Com mais de 500 colaboradores e estrutura totalmente verticalizada, a Protecta distingue-se por oferecer soluções leves e flexíveis: “trabalhamos na modelagem, com nanotecnologias, desenvolvemos sistemas para extrair dados do corpo humano, como o nível de adrenalina, por exemplo”.

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