Mariana D'Orey
A falta de entrada de nova mão de obra técnica no setor da indústria e em particular na têxtil e vestuário tem de ser combatida com empresários e associações “a reforçarem o marketing para aumentar a atratividade do sector. É preciso transformar as condições da indústria numa espécie de sex appeal para os jovens”, disse o secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, em visita à Première Vision, em Paris, onde estão mais de meia centena de empresas nacionais.
João Correia Neves ouviu as inquietações dos empresários a expor na áreas de manufacturing e yarns sobre “a falta de mão de obra técnica que vai fazer com quem daqui a uns dez anos tenhamos que importar pessoas”, como referia Carla Lobo, CEO da R. Lobo. Em resposta, o secretário de Estado Adjunto e da Economia admitiu que a falta de mão de obra técnica na indústria “é um problema que não é só português mas ao qual não estamos imunes”.
“Não temos uma demografia favorável, todos sabemos que vamos ter menos jovens no futuro”. Outra das soluções, disse, passa por apostar na automatização dos processos sempre que possível e por isso é tão relevante investir nas áreas de inovação e tecnologias”, referiu João Correia Neves.
O preço da energia e a oportunidade de Portugal se evidenciar como um mercado de proximidade e de valor acrescentado foram os temas, juntamente com a questão do contingente de trabalho, que dominaram as conversas entre o secretário de Estado e os empresários portugueses a expor até amanhã na feira de Paris.
No que diz respeito ao preço da energia, João Correia Neves recordou que o Governo tomará medidas – apresentadas ontem pelo ministro do Ambiente – que permitirão estabilizar o preço para a indústria. “Estamos a utilizar todos os nossos recursos para ajudar as empresas para tentarmos limitar o aumento do preço da energia. Vamos reduzir o preço das tarifas de acesso à rede e acreditamos que essa redução possa compensar eventuais aumentos de outras tarifas que não são da responsabilidade do Governo”, acrescentou, dando como exemplo a espera estabilização do preço do gás industrial.
Por outro lado, “o facto de estarem aqui tantas empresas portuguesas é prova da enorme capacidade de resistência das empresas portuguesas e da sua flexibilidade em rapidamente se adaptarem às tendências de evolução do mercado. O facto de sermos um mercado de proximidade de valor acrescentado é uma oportunidade que temos de aproveitar”, afirmou.
João Correia Neves visitou os expositores portugueses presentes na Première Vision acompanhado por Mário Jorge Machado, Presidente da ATP, António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE e César Araújo, presidente da ANIVEC, reservando o período da tarde para conversar com os empresários localizados no hall 3 / Fabrics.
A Sampaio & Filhos Têxteis, Acatel, Albano Morgado, Anbievolution, Anjos E Lourenço, Brito Knitting, Burel Factory, Clariause, Crispim Abreu, Familitex, Fitecom, Joaps, Le Europe / La Estampa, Lemar, Lima & Companhia, LMA , Lurdes Sampaio, Magma Têxtil, Moldelmalhas, Miguel Antunes Fernandes / Filasa, Modelmalhas, NGS Malhas, R Lobo, RDD, Siena, Texser – Textil Serzedelo, Tintex Textiles , Trimalhas e Troficolor são as empresas portuguesas que compõe a comitiva From Portugal presente em mais uma edição da reputada feira Première Vision Paris, às quais se juntam ainda as portuguesas Adalberto Estampados, Inovafil, JFA, João & Feliciano, Paulo de Oliveira, Penteadora, Somelos Tecidos, Tearfil, Tessimax e TMG Textiles.
A participação das empresas PME portuguesas na PV Paris é uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto “From Portugal” é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização.
