10 abril 25
Digitalização

Bebiana Rocha

Daniel Agis: “O progresso tecnológico não é linear”

O especialista em estratégias de marca e tendências no sector da moda, Daniel Agis, chamou à atenção das empresas presentes no evento de Networking DIGI4Fashion, organizado na passada terça-feira no Centro Cultural de Paredes, que o tema da digitalização, mais concretamente o uso de inteligência artificial, é essencial para as organizações.

As lideranças têm de estar preparadas para dar este passo que abrange toda a cadeia e que vai progredir de forma muito rápida. “A lei dos retornos acelerados diz-nos que o progresso tecnológico não é linear, cada nova tecnologia gera outras num ciclo contínuo. Os sistemas melhoram-se sozinhos, a mecânica alimenta-se a si própria, e as transformações mudam a sociedade num espaço temporal muito curto”, partilhou.

O keynote speaker trouxe para a sala outras mensagens: a capacidade de implementação é mais importante que a pesquisa e descoberta, Portugal tem duplo potencial – para ser fileira produtiva e gerador de marcas, sobretudo marcas focadas na sustentabilidade, minimalistas e marcas de cultura com uma relação com o consumidor exemplar – e as várias partes da fileira estão interligadas.

Daniel Agis deixou claro também que a digitalização vai reduzir o peso da mão de obra, o que trará consequências para os países asiáticos que assentam o seu modelo de negócio na mão de obra intensiva. Esta nova ordem, vai levar à relocalização das marcas e pode constituir uma nova janela para Portugal.

Introduziu também o conceito de mineração de dados: hoje em dia as tendências já não são observadas por especialistas que visitam as principais cidades de moda e tiram fotografias. Hoje as páginas web de todas as marcas, as próprias redes sociais, estão constantemente a ser analisadas com recurso a inteligência artificial para extrair dados sobre quais serão as próximas tendências, num tempo recorde.

E alertou que estamos a entrar numa nova era de publicidade, onde os conteúdos imersivos são gerados por inteligência artificial, numa nova era de assistência virtual inteligente, logística automática e conclui com a mensagem de que é importante que o cluster faça formação para acompanhar estas transformações, se prepare para criar novos perfis profissionais para os novos empregos que vão surgir.

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