14 março 25
Economia

Bebiana Rocha

Crise política compromete economia e PRR, alertam empresários

A Confederação Empresarial de Portugal exorta os poderes instituídos a reduzir ao máximo qualquer constrangimento que dificulte o desenvolvimento do país num contexto de normalidade democrática. Em comunicado, a CIP acrescentou ainda que era exigido às lideranças partidárias sensatez, ponderação, discernimento, responsabilidade e comprometimento depois dos parceiros sociais terem assinado o Acordo Tripartido sobre a Valorização Salarial e o Crescimento Económico, que previa o aumento dos salários durante os quatro anos de legislatura.

A nota reforça ainda que Portugal estava num momento de afirmação da sua economia, que sai derrotada com a queda do Governo. “Apesar de ninguém desejar uma nova ida às urnas, os 230 deputados da nação foram incapazes de alcançar uma saída razoável”, conclui.

Durante esta semana, o T Jornal contactou algumas empresas do sector têxtil e vestuário no sentido de comentarem os impactos desta crise política para o sector. Jorge Pereira, CEO da Lipaco, descreve a situação como muito má – “por um lado pela já de si má reputação dos políticos, que se reflete na imagem que o país projeta para o exterior, e por outro, o foco deixa de ser o país e passam a ser as campanhas”.

Para ser mais explicitado nos impactos, o administrador fala nos projetos do PRR que se arriscam a ficar mais uma vez atrasados, para não dizer em risco face ao calendário. “Seria muito mau se as decisões por parte das entidades envolvidas nos projetos das empresas tivessem ainda mais atrasos por indefinição de estratégias ou decisões dos governos futuros”, acrescentou.

Os principais temas que Jorge Pereira considera terem de ser solucionados pelo próximo Governo são: a penalização das horas extra dos colaboradores, o banco de horas, a inoperância crónica do Banco de Fomento, a excessiva burocracia e duplicação de informação disponível.

Também Pedro Pereira, que dirige a Alves Pereira Tapeçarias, toca na questão da execução do PRR. “O potencial problema da queda do Governo no curto prazo terá a ver com a execução do PRR e das empresas como a nossa que adiaram investimentos e aguardam pagamentos do IAPMEI”, partilha com o T Jornal, alertando que se esses pagamentos forem suspensos então irão haver inúmeros problemas.

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