24 Fevereiro 20
Têxteis lar

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Coton Couleur na fase spread out de mercados e clientes

Após cinco anos consecutivos com o seu volume de negócios a crescer à velocidade estonteante de dois dígitos/ano, a Coton Couleur começou a estabilizar as vendas, tendo fechado ano passado com uma faturação de aproximadamente 12,3 milhões de euros, uma subida de 6% face ao exercício anterior.

“Estamos a entrar na fase do spread out, em que para continuarmos a crescer temos de alargar a carteira de clientes e chegar a novos mercados”, afirma Carlos Carvalho, que já leva 30 anos de têxteis lar – passou pela Bordalima. Borfil, MAFE e Home Flavours até que em 2012 se aventurou a trabalhar por conta própria, fundando a Coton Couleur, com quem partilha as iniciais (CC).

Com uma equipa de 19 pessoas e baseada em Guimarães, começou por facturar 3 milhões de euros em 2013 e tem um modelo de negócios que assenta em exportar 100% de têxteis lar 100% made in Portugal.

“Corte, confecção, tingimento e acabamentos, todas estas operações são integralmente feitas no nosso país”, garante o CEO da Coton Couleur, que tem na sua carteira de clientes marcas como a Zara Home, Carré Blanc, Linvosges ou a John Lewis.

Para já, a empresa trabalha apenas em regime de private label. ”A hipótese de trabalharmos com marca própria não está descartada, mas ainda não estamos preparados para isso. Primeiro temos de cimentar muito bem a nossa imagem nos mercados”, explica Carlos Carvalho.

Espanha, Reino Unido, França e Escandinávia são os principais mercados da empresa, que tem vindo a crescer a Oriente, a região do globo onde aposta as suas fichas para continuar a crescer.

“A base geográfica que temos permite-nos dormir com tranquilidade. Mas para crescer temos de aumentar a nossa presença em países como a Austrália, Coreia do Sul ou Japão”, diz o CEO da Coton Couleur, acrescentando que não perde de vista os Estados Unidos, ressalvando, no entanto, que não vai atacar à bruta o mercado norte-americano (“Para nós é ponto de honra trabalhar com rentabilidade”).

Com gabinete de design próprio desde há dois anos, a Coton Couleur tem o relógio acertado pela hora da sustentabilidade, pelo que nos produtos que apresentou na edição 50 da Heimtextil, abundavam reciclados de plásticos dos oceanos, bem como misturas de algodão com cânhamo, linho com lyocel, linho com bambu ou até mesmo 100% bambu.

“Estamos atualizados, Temos todas as certificações necessárias – a ISO 9001, GOTS, Oeko-Tex. BCI, Sedex… – o que nos permitem abordar mercados diferentes, com produtos diferenciados e com crescente valor acrescentado. Estamos nivelados pelo semento médio/alto e apostamos em estar sempre a subir na cadeia de valor”, diz Carlos Carvalho.

O CEO da Coton Couleur conclui com uma demonstração de fé na nossa indústria de têxteis lar: “Portugal pauta-se pela novidade. Temos qualidade, inovação tecnológica, design, perfeição. Por alguma coisa os italianos, que têm o branding, vêm cá fazer a produção…”.       

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