19 junho 20
Economia

T

Correia Neves na ATP para auscultar retoma do setor

O secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, manteve ontem uma reunião na Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) com o presidente Mário Jorge Machado e os vice-presidentes Isabel Furtado e Miguel Pedrosa Rodrigues, durante a qual tomou nota da insistência na manutenção do lay-off simplificado nos moldes previstos para a fase mais difícil da pandemia como única forma de manter o nível de emprego do setor.

Em declarações ao T Jornal, Mário Jorge Machado – que recordou que a presença do secretário de Estado não era no sentido de dar qualquer garantia sobre novas decisões, mas acontecia apenas para auscultar a vontade do setor – afirmou ter tido oportunidade de provar que o pior da pandemia ainda pode estar para vir. A fase que se avizinha, de pagamento de salários depois de mais um mês com receitas reduzidas e do grosso dos subsídios de férias, é “um grande desafio para as empresas”, que teriam todo o interesse em poder contar com os pressupostos do lay-off inseridos no quadro decidido pelo governo no início da pandemia.

“O lay-off simplificado devia manter-se até ao final do ano, uma vez que os grandes problemas das empresas serão sentidos em agosto. A nossa perspetiva é de muita dificuldade na retoma do mercado”, tanto do ponto de vista interno como na frente das exportações, pelo que as alterações recentemente introduzidas vão contra àquilo que são os interesses das empresas e dos seus colaboradores – numa lógica de manutenção dos postos de trabalho.

Mário Jorge Machado lembrou que continua a existir canal aberto e muito próximo entre a ATP e o Ministério da Economia, entre outros, no sentido de o Governo saber em cada instante quais são as prioridades do setor e a forma ideal de as colmatar.

Por outro lado, Correia das Neves teve também oportunidade de transmitir um agradecimento pela forma como o setor conseguiu adaptar-se às novas necessidades do país – nomeadamente no que teve a ver com a aposta rápida e eficaz na produção de EPI e de máscaras sociais, que contribuíram de forma decisiva para que o país tivesse ultrapassado o pico da pandemia da forma que o fez.

Os contactos entre a associação e o Governo vão manter-se, sendo certo que a ATP vai continuar a insistir na evidência de que o lay-off e o seu enquadramento jurídico especial nesta fase de abertura do confinamento continua a ser o fator crítico da recuperação económica, uma vez que está mais que provado que o simples retomar da atividade não é suficiente para fazer regressar os mercados à fase anterior à pandemia.

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