21 maio 24
iTechStyle Summit

Bebiana Rocha

CIRPASS apresenta os passos para a implementação do DPP

O segundo painel do iTechStyle Summit debruçou-se sobre a questão do Passaporte Digital de Produto (DPP) e qual é a próxima fase no processo de implementação. Andres Alcayaga abordou o CIRPASS, um projeto fundado pela União Europeia em 2022 que procurou perceber as necessidades da cadeia de valor com a imposição legal do DPP e estruturar alguns dos principais desafios das empresas na sua implementação

“Neste momento estamos a implementar o CIRPASS 2 que vai permitir a partilha de dados entre empresas e colocar o DPP como um serviço para as empresas que não tenham meios de o fazer dentro de portas”, assegurou, traçando como horizonte de atuação 2027. Andres abordou ainda os requisitos já traçados para classificar os produtos, entre eles estão a durabilidade, capacidade de reutilização e reaproveitamento. Tocou igualmente nos desafios da implementação do DPP, nomeadamente a uniformização das etiquetas.

Carla Silva, investigadora no CITEVE, deu um exemplo prático do que pode vir a ser o Passaporte Digital de Produto, que foi desenvolvido no âmbito do projeto STVgodigital. “Temos a vantagem de poder testar o DPP junto das empresas e num raio de 50km” disse. Foi apresentado um protótipo de aplicação que disponibiliza ao consumidor informação sobre certificações, composições, consumo de matérias-primas, pegada de carbono, gráficos de quantos recursos foram gastos por etapa produtiva, instruções de cuidado com a peça e onde pode ser colocada em fim de vida, entre outros.

João Oliveira, também do CITEVE, deu continuidade à apresentação de exemplos com o projeto Digi4Fashion, um consórcio que envolve para além do CITEVE, o CTCP e as associações ATP, ANIVEC e APICCAPS. Um polo de digitalização, único no país, dedicado à inovação na área da moda, que oferece às empresas serviços de experimentação, aconselhamento para acesso a fundos, a peritos, entre outros. “O DPP é um problema de recolha e combinação de dados”, afirmou, apontando dificuldades na recolha de dados na cadeia de fornecimento, que é fragmentada. João Oliveira deu nota final que é preciso criar um eco score que permite ao consumidor, de forma simples, conseguir comparar as peças entre si.

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