11 abril 25
Economia

Bebiana Rocha

CIP elogia a robustez do programa Reforçar anunciado pelo Governo

Na sequência da reunião de ministros, foram apresentadas ontem as linhas orientadoras do programa Reforçar pelo Ministro da Economia, Pedro Reis, que as estruturou sob quatro eixos distintos: uma linha de crédito do Banco de Fomento, com uma dotação de 5 mil milhões “com garantia, candidaturas simples, pré-aprovação e contratação automática, para que as empresas possam reforçar o seu fundo de maneio e capacidade de investimento”; uma linha de apoio de 3.500 milhões, com maturidade a 4 e a 12 anos, que poderá ser convertida em apoios a fundo perdido para reforço da capitalização das empresas mais expostas; uma linha de reforço aos seguros de crédito, com um incremento dos plafons em 1.200 milhões para cobrir os riscos de exportação; e serão também alargados os apoios à internacionalização, para que as empresas participem mais em feiras e reforcem as suas estratégias de marketing.

Prevê-se que as medidas entrem em vigor no próximo trimestre, num pacote total de 10 mil milhões de euros. Armindo Monteiro, presidente da CIP, elogiou a robustez do programa em direto na SIC. “É um momento de elogio por duas razões concretas: primeiro, porque o Governo está em gestão, o que significa que tem limitações na sua margem de manobra; e depois, porque é um plano que envolve diplomacia económica, com instituições como o IAPMEI, a AICEP, o Banco Português de Fomento e o Ministério das Finanças.”

O representante da Confederação acredita que o conjunto de soluções a que chegaram são as que as empresas necessitam. “10 mil milhões é bastante robusto, tendo em conta a dimensão da nossa economia e comparando com programas de outros países. Achamos sempre que podemos ir mais longe, por exemplo na questão fiscal, mas neste momento não temos parlamento e temos de ter essa consciência”, deixou claro.

Segundo Armindo Monteiro, o programa tem duas características que são importantes: é exequível e pode ser implementado de imediato. De fora do pacote ficaram medidas relacionadas com o IVA e com o IRC, que têm vindo a ser pedidas pela própria CIP. No entanto, o dirigente reconhece que, neste momento, não era possível. Existem, alternativamente, instrumentos para que as empresas possam diversificar mercados – “é importante a internacionalização da nossa economia”. Por último, pediu que seja revista a legislação laboral, para que haja uma maior mobilidade.

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