Bebiana Rocha
Imagem: Egídio Santos
No passado dia 4 de julho, Armindo Monteiro participou no painel dedicado às políticas públicas no âmbito do 27.º Fórum da Indústria Têxtil, onde defendeu que o futuro do setor têxtil e vestuário passa por subir na cadeia de valor.
“Há a ilusão de que em Portugal podemos ser os melhores em tudo: na qualidade, no timing e no preço. Mas não é possível ter uma galinha gorda com pouco dinheiro”, afirmou, sublinhando que se o objetivo é liderar, por exemplo, na sustentabilidade, isso exige investimento e não pode ser feito à custa de baixar preços.
Durante a sua intervenção, o presidente da CIP elogiou o papel da ATP, afirmando que “foi sempre a voz do setor e defendeu os interesses de todos”, e destacou a importância de Portugal estar representado ao mais alto nível em Bruxelas, com Mário Jorge Machado na presidência da EURATEX. “Não é verdade que não conseguimos ter voz na Europa”, garantiu.
Nos momentos finais da sua intervenção, Armindo Monteiro falou da necessidade de garantir condições equitativas no mercado global, referindo-se à “luta contra a máquina instalada”. Reconheceu os inúmeros desafios e responsabilidades que recaem sobre os empresários e defendeu a urgência de nivelar o terreno de jogo. “Temos de obrigar os outros a competir com as mesmas regras que nós, para proteger a soberania industrial europeia”, afirmou. E concluiu com um apelo à previsibilidade: “Não queremos vantagens. Mas podiam-nos poupar à imprevisibilidade.”