Bebiana Rocha
A CIP – Confederação Empresarial de Portugal publicou um documento com a sua visão para a União Europeia nos próximos cinco anos. Armindo Monteiro, presidente, aborda as áreas de ação fundamentais para restaurar a competitividade e confiança do sector privado e alavancar a capacidade de reação, inovação e investimento das empresas europeias.
“As emergências contínuas retiraram o foco à estratégia de médio e longo prazo que a UE tem de desenhar com rapidez”, diz em nota introdutória, ditando como urgente “injetar um novo dinamismo no mercado europeu e criar condições de contexto que estimulem o investimento privado e a inovação”.
Segundo os dados, houve uma perda de atratividade e competitividade da União Europeia nos últimos anos – “entre 2019 e 2021 o investimento direto estrangeiro diminuiu dois terços na UE”.
O documento dá conta ainda que as empresas europeias identificaram o ambiente regulatório como um dos principais fatores que ameaçam a atratividade da União Europeia como local de investimento. “As propostas no âmbito do Pacto Ecológico em 2022 representam um total de quase dois mil milhões de euros de encargos administrativos adicionais para as empresas portuguesas”, lê-se.
Outra das matérias chave abordadas pela CIP é a necessidade de a Europa descarbonizar, mas sem desindustrializar, bem como alavancar o mercado único e uma política industrial centrada na competitividade. Este mercado único divide-se entre a energia, sendo necessário “avançar com a construção de interligações energéticas eficazes”, e o digital, onde a UE “deve ser líder a nível da adoção e desenvolvimento de tecnologia e infraestruturas adequadas”, é também pensada uma união bancária.
A atração de talento e promover a aquisição de competências é também uma preocupação para a CIP uma vez que “a força de trabalho na UE diminuiu de 205 milhões em 2022 para 184 milhões de pessoas em 2025”. Estimando-se que possa perder até 2050 50 milhões de trabalhadores. O documento pode ser lido na íntegra aqui.