Bebiana Rocha
A Província de Henan, na China, tem agora a primeira fábrica do mundo de fibras de celulose com líquidos iónicos, permitindo ao país produzir têxteis com emissões quase nulas. Este avanço foi desenvolvido pelo Instituto de Engenharia de Processos da Academia Chinesa de Ciências e tem uma escala de até mil toneladas.
Com esta solução, elimina-se a necessidade de solventes tóxicos ou explosivos, tradicionalmente usados na produção de fibras. Entre outras vantagens está o facto de se tratar de um processo sem descargas de águas residuais, gases ou resíduos sólidos.
“Os líquidos iónicos são uma nova classe de solventes compostos por catiões orgânicos e aniões orgânicos. Possuem uma estrutura iónica semelhante à do sal de cozinha e são não voláteis, apresentando-se como sais fundidos de baixa temperatura, líquidos à temperatura ambiente ou próximo dela”, lê-se numa publicação noticiosa.
A elevada polaridade, baixa volatilidade, resistência à oxidação e excelente solubilidade para compostos inorgânicos, orgânicos e materiais poliméricos são também outras características que fazem desta solução uma importante descoberta.
“Estima-se que este novo processo reduza as emissões de dióxido de carbono em cerca de 5 mil toneladas por ano, com uma taxa de recuperação de solventes superior a 99%”, acrescenta a mesma nota, confirmando que os resultados cumprem todos os padrões internacionais de qualidade, quer em termos de finura, quer de resistência à tração, alongamento e uniformidade.