Bebiana Rocha
Imagem: Mastershot
Charles Wood, presidente do The Textile Institute, marcou a abertura da 93.ª edição da The Textile Institute World Conference, esta quarta-feira, com um convite à reflexão: pensar na indústria têxtil que temos e naquela que queremos construir para o futuro, de forma a definir os próximos passos do setor.
Na sua intervenção, o responsável partilhou a sua experiência pessoal e profissional, lembrando que “a tecnologia não se move de forma linear, por vezes é exponencial”. Com o apoio de uma linha cronológica e de gráficos, destacou alguns dos momentos-chave que transformaram a indústria, como a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), e analisou as tendências atuais que estão a moldar o presente e o futuro do setor.
Entre essas tendências, sublinhou o “crescimento notável do mercado de vendas em segunda mão”, que, segundo os dados apresentados, continuará a expandir-se nos próximos anos. Wood destacou ainda o enorme potencial dos têxteis técnicos, nomeadamente a sua aplicação em geotêxteis capazes de ajudar no combate às secas.
O presidente do The Textile Institute recordou que 2025 foi um ano de avanços significativos para a indústria, com progressos relevantes na inteligência artificial (IA), na redução do consumo de energia e na diminuição de desperdícios. “A IA pode ser uma forma de ganharmos produtividade”, afirmou, exemplificando como várias empresas no Reino Unido já recorrem a esta tecnologia — desde a área dos acabamentos até à deteção de defeitos, passando por evitar retingir peças.
Para Charles Wood, “a inovação é o sangue que corre nas veias da nossa indústria”. O líder sublinhou também que “a Europa lidera o caminho da reciclagem”, salientando, contudo, a importância de “continuar a garantir suporte às novas iniciativas e de encontrar novos mercados para os reciclados”.
Num tom inspirador, deixou ainda um conselho à audiência: “Temos de interagir mais com a nova geração para que nos ajudem a acelerar as transformações, são eles que trazem novo conhecimento.” Concluiu o seu discurso com uma mensagem clara: “A sustentabilidade é o futuro!”, citando Gandhi — “sê a mudança que queres ver no mundo”.