Bebiana Rocha
Imagem: Chanel
A Chanel avançou com a criação de um hub dedicado à circularidade B2B, com o objetivo de tratar excedentes, sobras de tecidos e outros materiais não utilizados — não apenas da maison, mas também de outras marcas e empresas, inclusive fora do universo do luxo.
O projeto chama-se Nevold e representa um investimento estimado entre 50 a 80 milhões de euros, sendo liderado por Sophie Brocart, antiga CEO da Patou.
Em declarações à Vogue Business, Bruno Pavlovsky, Presidente da divisão de moda da Chanel, explica o impulso da marca: “Na Chanel não destruíamos os produtos excedentes. Mas também não tínhamos um sistema real para explorar todo o potencial. A Nevold é esse sistema.”
Pavlovsky acrescenta ainda: “A Chanel é pequena demais sozinha para construir a escala necessária”, justificando assim a criação de uma plataforma independente, separada e aberta, pensada para acolher outras empresas.
A ambição a médio prazo é que a Nevold consiga produzir materiais reciclados com potencial de serem usados na criação de novos artigos de moda.
O projeto já conta com parceiros estratégicos, entre os quais a francesa Filatures du Parc, a empresa de inovação em materiais Authentic Material, a Universidade de Cambridge e o Politécnico de Milão.
A Nevold surge num momento crítico para a indústria têxtil e vestuário, e tem como principal estratégia responder às exigências de consumidores cada vez mais atentos à responsabilidade ambiental e à necessidade de soluções circulares eficazes, mais do que obter lucro.