10 julho 25
Economia

Bebiana Rocha

CCDRN: “O tempo da economia não é o mesmo da política”

António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), participou no painel dedicado às políticas públicas no 27.º Fórum da Indústria Têxtil, onde deixou claro que “nem sempre o tempo da economia é o mesmo da política”. Ainda assim, sublinhou que estão a ser feitos esforços para reduzir esse desfasamento, afirmando: “a CCDRN tenta encontrar soluções num país marcadamente centralista”.

Apesar de não existirem medidas nem fundos especificamente dirigidos ao setor têxtil, os apoios disponíveis para a conversão energética têm sido uma área onde as empresas da fileira têm sabido tirar partido, apresentando projetos relevantes e eficazes. “Para quem é energeticamente intensivo, estes fundos são importantes. Admito que o setor têxtil é um bom utilizador de fundos, mérito dos empresários e também do apoio do CITEVE”, destacou António Cunha.

Num registo mais europeísta, referiu que a Comissão Europeia começa a dar mais atenção ao setor têxtil e vestuário, ouvindo os seus representantes. Considerou, por isso, imprescindível o trabalho das associações e de entidades como o CITEVE, que representam de forma integrada toda a fileira.

Apelou ainda à cooperação entre empresas como forma de superar limitações de escala, e defendeu a apresentação de projetos cada vez mais disruptivos e alinhados com o momento da empresa: “se o projeto está no tempo certo, ele vai acontecer”.

Durante a sua intervenção, partilhou que Portugal ocupa atualmente o 12.º lugar na indústria transformadora, destacando o contributo decisivo da Região Norte para essa posição. “O Norte pode ter um papel na reindustrialização da Europa. É importante para a soberania europeia. O Norte só manterá a sua veia exportadora se conseguir diferenciar-se com produtos direcionados para o mercado”, afirmou, frisando a necessidade de uma leitura do mundo que vá ao encontro da modernidade.

Abordou também a questão da mão de obra, reconhecendo mudanças significativas: “há uma alteração no emprego, sobretudo na formação. O baixo nível de formação está ultrapassado”. E concluiu reforçando que a indústria está hoje mais automatizada e que os avanços registados nos últimos anos têm sido significativos.

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