11 setembro 25
Empresas

Bebiana Rocha

BRP reforça comunicação do Novo Recibo de Vencimento

A Business Roundtable Portugal (BRP) vai lançar uma nova secção no seu site dedicada ao Novo Recibo de Vencimento, onde apresenta as empresas que já adotaram este modelo inovador. A iniciativa tem como objetivo servir de exemplo de entidades que promovem a transparência e a literacia financeira junto dos colaboradores.

No seguimento do webinar, realizado em parceria com a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, a BRP desafia todas as empresas do setor têxtil e vestuário a juntarem-se a esta iniciativa.

Às que já adotaram o modelo, pede que enviem um recibo de vencimento normalizado, sem dados pessoais, mas com o logotipo da empresa para amc@abrp.pt. Para as que ainda não aderiram, o convite é a implementar esta mudança.

“Queremos reforçar o impacto da iniciativa a nível nacional”, afirma a BRP ao T Jornal, acrescentando que já conta com a participação de 30 grandes empresas, abrangendo mais de 9.000 colaboradores.

O Novo Recibo de Vencimento consiste num modelo que torna visível o custo total do trabalho para a empresa, e não apenas o valor líquido que o trabalhador recebe. O documento explicita todos os encargos fiscais e parafiscais, incluindo descontos a cargo do trabalhador, como IRS e Segurança Social, bem como os encargos do empregador, nomeadamente a Taxa Social Única de 23,75%. Com esta alteração, os colaboradores passam a compreender melhor quanto do seu trabalho é destinado a impostos e qual o valor real que a empresa investe.

Esta iniciativa surge num contexto em que Portugal apresenta uma das cargas fiscais mais elevadas sobre o trabalho na OCDE, situação que pode afetar a perceção de justiça salarial e dificultar a atração e retenção de talento.

A ATP é entidade cooperante nesta iniciativa e considera pertinente este tipo de mudança. Para o setor têxtil, atualmente num contexto de grande competitividade, reforçar a transparência salarial é fundamental para atrair e reter talento, afirma.

Paralelamente, esta abordagem reforça o discurso constante junto do governo sobre a necessidade de reduzir os encargos sobre as empresas, promovendo um ambiente mais justo e sustentável para trabalhadores e empregadores.

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