21 outubro 24
Empresas

Bebiana Rocha

Braz Costa: “Estamos descalços a atravessar areia muito quente”

No discurso de encerramento da primeira edição de Estudos Sectoriais 2030, que decorreu esta manhã no CITEVE, António Braz Costa, diretor-geral do centro tecnológico, fez sobressair o turbilhão que a indústria têxtil e vestuário está a travessar. Em termos figurativos disse que o sector está “descalço a atravessar areia muito quente”.

Isto porque fez um “caminho único” com antecedência para responder à digitalização, à sustentabilidade, e outras exigências, mas no final as marcas continuam a querer ditar preços. “Como refletimos a excelência nos preços?”, lançou de seguida a questão à plateia.

Respondendo com um exemplo prático ligado à área automóvel: “Conhecem a empresa BYD? O dono da empresa produz baterias para a Tesla e disse que ia colocar no mercado europeu carros elétricos com baterias mais duráveis e a metade do preço”, enquadrou. Querendo com isto passar a mensagem de que a capacidade produtiva está tanto na BYD como na indústria têxtil nacional, que tem know-how para produzir os seus próprios produtos e definir assim os seus próprios preços.

Uma mensagem já no início enfatizada pelo Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, que apontou como uma das formas de gerar valor acrescentado ser a criação de marcas próprias.

Também o Presidente do IAPMEI, José Pulido Valente, interveniente na sessão, mostrou-se alinhado com esta perspetiva: “Este sector sofreu embates e conseguiu voltar à forma sem cicatrizes. Fê-lo de forma inteligente, adaptando-se às circunstâncias, ultrapassou os desafios passados, que não são menores que os atuais, e vai conseguir ultrapassar estes também. É uma jornada desafiante, longa, mas podem contar com IAPMEI”, garantiu.

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