Bebiana Rocha
Imagem: Egídio Santos
No passado dia 4 de julho, no painel dedicado às competências profissionais do 27.º Fórum da Indústria Têxtil, Braz Costa, diretor geral do CITEVE, foi direto: “O mais importante é as empresas perceberem onde estão, não tanto o financiamento”.
Para o dirigente, é também essencial assumir riscos e adotar tecnologias ainda em desenvolvimento. “Quem compra tecnologia pronta é um follow”, afirmou, incentivando as empresas a liderarem pela inovação.
O responsável pelo centro tecnológico apontou a falta de políticas claras em Portugal para o apoio a infraestruturas científicas e tecnológicas, denunciando que continua a ser frequentemente solicitado trabalho técnico gratuito.
“Em Portugal, a burocracia é enorme”, acrescentou, defendendo maior flexibilidade na utilização dos fundos públicos, de forma a que possam ser aplicados onde realmente fazem falta. Segundo Braz Costa, as prioridades mudam de ano para ano, e os apoios devem acompanhar essa evolução para responder melhor às necessidades do setor.
Referiu ainda que o maior projeto atualmente em curso no CITEVE é o Be@t e destacou o papel da sustentabilidade como motor de crescimento. “A sustentabilidade permitiu, desde 2014, manter os aumentos de venda”, disse, sublinhando que esta aposta começou a ser explorada internamente já em 2009.
O painel incluiu ainda uma reflexão sobre o potencial da Inteligência Artificial, inclusive no apoio à preparação de candidaturas a financiamentos públicos. Braz Costa abordou também a importância de atrair talento e moldá-lo internamente, alertando que quem sai das universidades ainda não vem formatado para responder em tempo útil e com valor, é preciso mudar o mindset.